Costa nega fecho ou concentração de urgências - TVI

Costa nega fecho ou concentração de urgências

  • RL
  • 27 nov 2019, 17:53

No debate quinzenal desta quarta-feira, Jerónimo de Sousa lamenta “diabolização do SNS”. Já António Costa, recusou o cenário de "concentração" de serviços

Jerónimo de Sousa, o secretário-geral comunista, condenou esta quarta-feira a "diabolização do Serviço Nacional de Saúde (SNS)" e a "fuga para a frente" do Governo no caso das urgências pediátricas do Hospital Garcia de Orta, Almada. Já o primeiro-ministro, António Costa, defendeu a importância de promover os cuidados de saúde primários e recusou o cenário de "concentração" de serviços, no debate parlamentar quinzenal.

É com grande preocupação que se assiste diariamente à diabolização do SNS não apenas por parte dos detentores dos grupos privados interessados, sobretudo na drenagem de milhares de milhões de euros para sustentar o seu crescimento, mas também daqueles que, alegadamente preocupados com as insuficiências do serviço público, nunca aceitaram a criação do SNS contra os interesses instalados na saúde", criticou Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP referiu-se especificamente à urgência pediátrica do Garcia de Orta e à "opção de fuga para a frente", adiantando estar "a ser estudada a possibilidade de juntar em Almada os pediatras da península de Setúbal, criando um problema maior às famílias dos concelhos mais distantes".

"Que faz o Governo? Bloqueia administrativamente o recrutamento de novos profissionais e desvaloriza profissional e salarialmente os que estão", lamentou, discordando ainda da "suborçamentação na aquisição de novos equipamentos" do "fecho e concentração de serviços".

"Na saúde temos hoje mais 15 mil profissionais do que há quatro anos. São insuficientes? Pois são", reconheceu António Costa, embora citando concursos abertos para médicos especialistas e outro para formadores. Segundo o chefe do Governo não se pode "olhar para o SNS" e "querer fazer mais do mesmo".

"Temos de fazer também diferente para podermos servir melhor. O exemplo das urgências é muito significativo. Não se trata de concentrar, mas, pelo contrário, de desconcertar. A grande prioridade que definimos foi reforçar os cuidados de saúde primários, aumentando as suas valências. A decisão não foi simplesmente encerrar no período noturno as urgências no Garcia de Orta, foi alargar até à meia-noite o atendimento permanente nos cuidados primários em Almada e no Seixal. No primeiro fim de semana em que funcionou não houve uma única criança que não tivesse sido atendida nem que tivesse de ser encaminhada para cuidados hospitalares", assegurou.

Costa compromete-se com “redução sustentada do nível de suborçamentação” na saúde

O primeiro-ministro, António Costa, comprometeu-se, no debate quinzenal, a apresentar "muito brevemente" a programação dos investimentos na saúde para a legislatura, incluindo a "redução sustentada do nível de suborçamentação", em resposta à líder do BE, Catarina Martins.

No debate quinzenal desta quinta-feira, no parlamento, um dos temas nos quais o BE se focou foi a saúde, tendo Catarina Martins perguntado a António Costa qual a estratégia para este setor que estará presente no Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) e será "mais da mesma suborçamentação".

Aquilo que lhe gostaria de dizer é que, muito brevemente, terá uma agradável surpresa com a programação para o conjunto da legislatura não só dos grandes investimentos que já são conhecidos nos cinco novos hospitais, mas também dos investimentos mais pesados em unidades hospitalares, nos cuidados de saúde primários, na evolução das unidades de saúde familiares e também na redução sustentada do nível de suborçamentação", prometeu o primeiro-ministro.

Afirmando que "a suborçamentação é uma realidade crónica que tem de ser eliminada", António Costa assumiu o compromisso de "programar sustentadamente a eliminação dessa suborçamentação", acrescentou, considerando que "com suborçamentação nunca haverá boa gestão".

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