As declarações do governante foram proferidas na comissão parlamentar de Defesa, na discussão na especialidade da Lei de Programação Militar (LPM) e da Lei de Programação de Infraestruturas Militares (LPIM), depois de questionado pelo deputado do PSD André Pardal sobre a eventual compra do NPL «Sirocco».
Aguiar-Branco revelou que a compra de um navio construído de raiz «é inviável» pelo seu custo elevado, à volta dos 400 milhões de euros, e que a Armada «está a avaliar que outros programas podem servir de vasos comunicantes» neste negócio, que vai exigir «realocação de verbas».
«O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) fez-nos chegar a indicação de que seria interessante avaliar esta aquisição, para isso acontecer terá de haver alteração de outros programas para assegurar o financiamento (…) está em avaliação concreta e séria a possibilidade deste negócio se concretizar», afirmou.
Na audição parlamentar, o ministro da Defesa criticou vários projetos de reequipamento militar da responsabilidade de governos socialistas, como o das viaturas blindadas Pandur ou dos helicópteros NH90, que tiveram de ser cancelados por serem «incomportáveis» e «um sorvedouro de dinheiro».
Nas respostas ao PSD e ao CDS, Aguiar-Branco adiantou ainda que o programa de substituição da arma ligeira nos três ramos irá renovar «cerca de 10 500» equipamentos, mas que as necessidades totais andam à volta «de 70 mil armas».
O ministro da Defesa afirmou ainda que a decisão de compra dos aviões KC-390, para a Força Aérea, pode avançar em 2015 e que a LPM prevê 40 milhões de euros para pagamentos iniciais.
O governante adiantou que o Ministério da Defesa aguarda que o fabricante, a Embraer, apresente uma proposta de preço e sobre as capacidades das aeronaves e que «não há condições neste momento para tomar uma decisão».
«O que é importante é que há condições para que eventualmente em 2015 se tome uma decisão do ponto de vista político e financeiro.»