Ministro deseja mas não garante curso de Comandos sem mortes - TVI

Ministro deseja mas não garante curso de Comandos sem mortes

  • PD
  • 3 abr 2017, 15:15
Azeredo Lopes

Azeredo Lopes sustenta que “foi feito tudo” para evitar situações como as mataram dois militares. E que “seria impensável esperar pelo encerramento do processo judicial" para começar novo curso

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, afirmou esta segunda-feira que o próximo curso de Comandos começa sexta-feira, com a garantia de que “foi feito tudo” para evitar situações como a de setembro, em que morreram dois militares.

A tragédia de setembro ocorreu, não deve ser esquecida e não foi esquecida na reação tanto do ministro da Defesa Nacional, como do próprio Exército. Agora cabe olhar em frente, verificar que tudo o que podia ser feito para evitar a ocorrência de novo de situações do género, tudo isso foi feito. Essa é a única garantia evidentemente que eu posso dar”, afirmou o Azeredo Lopes, à margem de uma visita ao Regimento de Infantaria 13 (RI13), em Vila Real.

O ministro referiu ainda confiar no Exército e no Chefe de Estado-Maior, “que fez o que estava ao seu alcance para corrigir aquilo que foi detetado que merecia ser corrigido e que justificava ser corrigido”.

O 127.º curso de Comandos, que se iniciou em setembro, ficou marcado pela morte de dois militares. O 128.º curso de Comandos começa sexta-feira, dia 07 de abril.

Sem garantias absolutas

O ministro da Defesa sublinhou, contudo, não ter garantias de que casos de morte deixarão de ocorrer nos próximos cursos de Comandos.

Nós estamos a falar de uma formação, de um treino que é muito exigente, e eu não posso, em nenhuma circunstância garantir, porque essa garantia seria mentirosa, que não voltará a acontecer aquilo que aconteceu em setembro”, afirmou aos jornalistas.

E continuou: “posso garantir é que foi feita uma leitura muito exigente, muito completa, dos critérios de formação, do Referencial de formação do curso de comandos, aliás de todas as forças especiais. A garantia que posso dar é de que, doravante, no plano de formação, no ritmo da formação, nos critérios de seleção e de exclusão, estamos francamente melhor do que estávamos em setembro”.

Azeredo Lopes referiu que todos os passos foram dados “no tempo em que tinham sido anunciados”. Entre esses passos está a Inspeção Técnica Extraordinária, que foi concluída em dezembro e detetou dificuldades na atualização do Referencial do curso.

Não ficou sem resposta tudo o que motivou uma reflexão muito profunda, numa inspeção muito extraordinária virada para este assunto. Ou seja, o que é que correu mal, o que é que é preciso ainda fazer para que isto não se repita”, frisou.

O ministro salientou ainda que “seria impensável esperar pelo encerramento do processo judicial para tomar uma decisão quanto ao reinício” do curso.

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