"O défice de 2014 é resultado da incompetência de todo o processo de venda. Em 2013, esconderam o problema do BES, para assegurar a saída limpa [do programa da troika] e depois que não teria custos para os contribuintes. Hoje sabemos que terá".
"Não sabemos custo do novo banco para 2015. Vai ser necessário injetar nos não de resolução, terão de ser os portugueses. Aquilo que Passos Coelho hoje tem de dizer aos portugueses é para que é que serviu a austeridade", acrescentou.
Pedro Nuno Santos chegou mesmo a dizer que este foi o "maior fracasso" desta governação. E, particularizou, o "maior lapso" de Passos Coelho (numa alusão ao engano do primeiro-ministro quanto a um reembolso antecipado ao FMI que afinal era apenas o pagamento na data prevista de uma Obrigação do Tesouro). O deputado recordou que Passos Coelho foi explicando que os efeitos seriam "meramente estatísticos", o que, pelas contas do INE, mostra que não é assim.
"Nunca ninguém o ouviu falar no défice de 2010 como um impacto meramente estatístico", ironizou, em mais um recado político.
Para o PS, a responsabilidade deste impacto do Novo Banco nas contas públicas é tão só de Passos Coelho.
"Prometeu uma venda rápida. Vitor Bento saiu em rota de colisão" com esse objetivo, que foi avante, mas as negociações com os chineses e os americanos falharam e o processo acabou adiado para 2016, com regras mais flexíveis.
À saída de uma visita ao conservatório musical de Águeda, Pedro Nuno Santos foi ainda questionado sobre se faz sentido manter Carlos Costa como governador.
"A questão não se coloca. É importante que tenhamos todos consciencia que Passos Coellho não se pode estar a esconder-se atrás de Carlos Costa. São responsabilidades graves de mais para que Passos Coelho empurre ou justifique" o problema noutra figura.
O PS não arrisca uma conta certa para o défice no final do ano, dizendo que com isto é "imprevisível". E que terá uma "herança pesada", mas está proto a governar, mesmo com esta dificuldade que o governo nos deixa".