PCP: «É impossível atingir 5%» sem medidas extraordinárias - TVI

PCP: «É impossível atingir 5%» sem medidas extraordinárias

Reação do Partido Comunista aos números das contas públicas divulgados pelo INE e que situam o défice em 6,8%, aquém do negociado com a troika

O Partido Comunista Português afirmou, nesta sexta-feira, que é «totalmente impossível» cumprir as metas orçamentais negociadas com a troika da ajuda externa e que o Governo só poderia garantir isso com medidas extraordinárias como uma sobretaxa no IRS.

«É agora claro que é totalmente impossível ao Governo atingir a meta de 5% [de défice] que negociou com a troika. A não ser que o Governo aplique medidas extraordinárias, o que poderá passar por uma sobretaxa sobre o IRS, como aconteceu no ano passado. Isso significa mais roubo de salários, de rendimentos dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas», lamentou o deputado comunista Paulo Sá, numa declaração no Parlamento aos jornalistas.

O PCP reagia assim aos números das contas públicas hoje divulgados pelo INE e que situam o valor do défice em 6,8% do PIB no primeiro semestre do ano.

«Estes dados do INE vêm confirmar que a política do Governo fracassou completamente e que é necessária uma nova política, um novo rumo para o país, que o coloque no rumo do desenvolvimento económico e do progresso social», acrescentou o deputado.

Para Paulo Sá, essa «mudança de política é agora uma exigência e só pode ser conquistada com a luta das ruas», apelando à participação dos portugueses na manifestação convocada pela CGTP para sábado, em Lisboa.

O défice orçamental nos primeiros seis meses do ano atingiu os 6,8 por cento do Produto Interno Bruto, em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas), correspondente a -5.597 milhões de euros, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A meta original para o final deste ano acordada com a troika era de 4,5 por cento do PIB, mas foi revista na quinta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) para 5 por cento.

Nos primeiros seis meses de 2011 o défice orçamental em contabilidade nacional atingia os 8,2 por cento do PIB.
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