PS: "Uma renovação quase sem precedentes" - TVI

PS: "Uma renovação quase sem precedentes"

António Costa e Carlos César no Congresso do PS (LUSA)

Comissão Política Nacional do PS aprovou as listas de candidatos a deputados socialistas às próximas eleições legislativas após cinco horas de reunião. Mas a noite não foi pacífica

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O presidente do PS defendeu hoje que as listas de candidatos a deputados representam uma "renovação quase sem precedentes" na história deste partido.

Carlos César falava aos jornalistas no final da Comissão Política Nacional do PS, que aprovou as listas de candidatos a deputados socialistas às próximas eleições legislativas e que durou cerca de cinco horas.
 

"As listas aprovadas em Comissão Política Nacional do PS representam um ato de renovação quase sem precedentes na vida do partido. Entre 230 candidatos efetivos, 166 fazem-no pela primeira vez, evidenciando a capacidade do PS em mobilizar novos contributos", sustentou o ex-presidente do Governo Regional dos Açores.


Para o presidente do PS, os socialistas saíram "reforçados" do processo de escolha dos deputados - "um processo que é sempre complexo pelas suscetibilidades que gera e pela diversidade que inclui".
 

"Trinfou uma linha essencial da liderança do PS: A renovação programática, mas também ao nível dos recursos humanos que emprega para o futuro do país", disse.


Carlos César destacou o contributo do dirigente "segurista" Álvaro Beleza "para a unidade e para a qualidade das listas" de candidatos a deputados do PS.
 

"A unidade que nós preferimos é a unidade na diversidade. Valorizamos os descontentamentos e a satisfação. Nesta Comissão Política Nacional do PS, a satisfação foi esmagadora e saiu daqui um partido renovado", acrescentou o presidente do PS.

 

Costa admite no futuro primárias para a escolha de deputados do PS


No final da noite, o dirigente socialista Álvaro Beleza afirmou que o secretário-geral, António Costa, admitiu que, no futuro, o PS escolherá os seus candidatos a deputados através de eleições primárias abertas a simpatizantes, acabando-se com jogos "secretos" partidários.
 

"Fiquei satisfeito por o secretário-geral do PS [António Costa] ter concordado com a ideia de que, para futuro, temos de ir para um método de eleições primárias de candidatos a deputados. Evita-se assim andar-se neste processo de reuniões secretas de listas e de fações para se escolher as candidaturas a deputados", declarou Álvaro Beleza no final da reunião da Comissão Política do PS.


Sobre a possibilidade de haver a prazo eleições primárias para a escolha de deputados, o presidente do PS, Careelos César, comentou: "É uma questão que poderá colocar-se no futuro, mas está associada à preparação do PS para o próximo ato eleitoral", salientou.

Durante as cinco horas de reunião da Comissão Política Nacional do PS, Álvaro Beleza pediu para sair dos lugares efetivos da lista por Lisboa, cedendo a sua posição ao antigo presidente da Câmara de Lisboa João Soares.


"Com a ausência de camaradas como João Proença [ex-secretário-geral da UGT] nas listas de candidatos a deputados, achei que era meu dever ficar num lugar simbólico. Não me sentiria bem com a minha consciência de não fizesse isso", declarou, negando, depois, que a sua decisão se baseou na necessidade de manter as suas funções como diretor do serviço de sangue do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.


Sobre o processo de escolha de candidatos a deputados no PS, o ex-membro da equipa dirigente de António José Seguro disse que houve "distritos em que as coisas correram bem e outros em que correram pior".

"Quem tem maiorias, infelizmente, tem tendência a esmagar as minorias - isto, independentemente de quem são as maiorias. Mas, agora, o que é preciso é andar para a frente", acrescentou.
 

Excluído por "delito de opinião"


Já o dirigente socialista António Galamba considerou que ficou fora das listas de candidatos a deputados do PS por "delito de opinião" e defendeu que faltou esforço para construir a unidade entre os socialistas.

António Galamba, que foi membro do Secretariado Nacional do PS sob a liderança de António José Seguro, transmitiu esta posição à agência Lusa no final da reunião da Comissão Política do PS.
 

"No final das votações, ficou claro que não houve qualquer esforço para corresponder ao primeiro dos grandes desafios que o secretário-geral [António Costa] tinha no sentido de concretizar a unidade do partido. Já que fracassou a questão da unidade, atendendo à representação que a minoria tem, esperemos que agora consiga trabalhar a sério para ter maioria absoluta nas eleições legislativas, que é outro objetivo pelo qual ele se candidatou", declarou o dirigente socialista.


António Galamba referiu-se também ao facto de não integrar as listas de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Lisboa.
 

"No meu caso concreto, ficou claro que o que está em causa é delito de opinião. Portanto, aquilo que fui dizendo ao longo dos últimos anos pesou na decisão de me excluir das listas, mas nada disso vai alterar a atitude com que vou continuar a fazer política", disse.


PS aprova listas polémicas


A lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo eleitoral do Porto acabou aprovada apenas com dois votos contra e quatro abstenções.

Um resultado considerado surpreendente, até porque na segunda-feira à noite a lista proposta tinha sido rejeitada pela Comissão Política de Federação do Porto do PS, tendo sido agora avocada pelo órgão nacional do partido.

Após o cabeça de lista, o catedrático Alexandre Quintanilha, entram o presidente da Federação do Porto, José Luís Carneiro, a deputada Isabel Santos em terceiro lugar, e o ex-líder parlamentar socialista Alberto Martins na quarta posição.

Seguem-se os deputados Renato Sampaio, Luísa Salgueiro, o líder da JS, João Torres, o vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, a ex-secretária de Estado Ana Paula Vitorino e a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas.

Quanto à lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo de Coimbra , a última a ser aprovada, registaram-se sete votos contra.

Avocada pela direção do PS, a lista proposta pela Federação de Coimbra sofreu várias alterações nos primeiros seis lugares efetivos, mantendo-se a cabeça de lista, a professora universitária Helena Freitas, e o líder federativo, Pedro Coimbra, na segunda posição.

Para o terceiro lugar entrou João Galamba, que é membro do Secretariado Nacional do PSD, seguindo-se a ex-secretária de Estado Elza Pais em quarto, o ex-presidente da Câmara de Soure João Gouveia na quinta posição e o deputado socialista Mário Ruivo em sexto.

Saíram da lista inicial aprovada pela Federação de Coimbra do PS o deputado Rui Duarte, a quem o Ministério Público pretende constituir arguido por falsificação continuada, e a gestora Cristina de Jesus.

Em Lisboa, o ex-ministro Jorge Lacão e o antigo presidente da Câmara de Lisboa João Soares vão figurar nos lugares elegíveis da lista. Jorge Lacão, que na segunda-feira à noite tinha abandonado a reunião da Comissão Política da Federação da Área de Lisboa (FAUL) em sinal de protesto pelo lugar que lhe fora atribuído, vai constar na 10.ª posição.

Já o antigo presidente da Câmara de Lisboa ficará na 13.ª posição, aproveitando o lugar cedido pelo dirigente Álvaro Beleza, que pediu para sair dos lugares efetivos.

A lista de candidatos a deputados pelo círculo de Lisboa é encabeçada pelo secretário-geral do PS, António Costa, seguindo-se o líder parlamentar socialista, Ferro Rodrigues, e a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta.
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