PCP faz comício em Lisboa a dia 7 de junho e não abdica da Festa do Avante - TVI

PCP faz comício em Lisboa a dia 7 de junho e não abdica da Festa do Avante

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  • 17 mai 2020, 20:12
Jerónimo de Sousa

Jerónimo diz que o partido não abdica da atividade política como direito inalienável

O PCP vai realizar um comício em Lisboa no dia 7 de junho contra a retirada de direitos, anunciou o secretário-geral dos comunistas, afirmando que este partido não abdica da atividade política como direito inalienável.

Em conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião de sábado do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa anunciou também "uma ação de defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) incluindo a 28 de maio um dia de divulgação da proposta de programa de emergência para o SNS".

Quanto ao comício de dia 7 de junho em Lisboa, referiu que marcará o início de um conjunto de iniciativas sob o lema "Nem um direito a menos, confiança e luta por uma vida melhor", e rejeitou que se coloque em causa "o direito inalienável da atividade política".

"Era o que mais faltava que neste momento se procurassem cercear as liberdades democráticas, a atividade política, coisa que o povo português não aceita, e que sacudiu e acabou há 40 anos. Teremos em conta, naturalmente, as medidas que se verificam em termos de segurança sanitária, isso posso garantir, corresponderemos à realidade e às medidas que se aplicam", afirmou.

"Não queremos nem mais nem menos direitos do que outras atividades incluindo no plano político", frisou Jerónimo de Sousa, assegurando que o comício do PCP decorrerá "com sentido de responsabilidade".

O secretário-geral do PCP defendeu que no atual contexto os trabalhadores "têm de participar na defesa dos seus interesses, dos seus salários, dos seus direitos, da sua pequena empresa ou negócio".

"É nessa batalha que o PCP estará, não deixando os trabalhadores sozinhos ou, como alguns pretendem, que fiquem em casa", acrescentou.

Jerónimo de Sousa anunciou ainda que o PCP vai realizar "uma jornada de contacto e informação junto dos trabalhadores com início em 21 de maio", inserida na campanha "Valorizar o trabalho e os trabalhadores. Não à exploração!" e "uma linha de ação e contactos dirigida aos micro, pequenos e médios empresários e trabalhadores por conta própria a partir de junho".

"Não abdicamos de fazer a Festa do Avante"

O Comité Central do PCP avaliou no sábado os elementos da preparação da Festa do Avante nas atuais circunstâncias e o partido não abdica de a fazer se estiverem reunidas as condições, afirmou hoje Jerónimo de Sousa.

Em conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião de sábado do Comité Central, confrontado com a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que nenhuma festa partidária ou popular deve ter regras diferentes das demais, o secretário-geral do PCP retorquiu: "Pois não, nem direitos a menos".

"Nestes próximos meses iremos tendo em conta a realidade social, sanitária, tendo em conta o desenvolvimento deste processo. Aquilo que garantimos é que faremos a festa se estiverem reunidas as condições para o fazer - disso não abdicamos", afirmou.

Segundo Jerónimo de Sousa, "em relação à Festa do Avante, o Comité Central avaliou os elementos da sua preparação nas circunstancias atuais, designadamente no plano das medidas de proteção sanitária" face à pandemia de covid-19.

"Estamos a quatro meses da realização da festa, mas a garantia é que, tal como em outras festas anteriores, das primeiras entidades a que recorremos é sempre a Direção-Geral da Saúde para garantir as condições sanitárias na nossa Festa do Avante", acrescentou.

PCP sobre presidenciais sugere que Costa e Marcelo se entendam

O secretário-geral do PCP afirmou que o seu partido ainda não decidiu de que forma irá participar nas presidenciais e sugeriu que primeiro-ministro e Presidente da República se entendam, se for essa a opção.

Em conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião de sábado do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa foi questionado sobre este tema a propósito das declarações que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, fez na quarta-feira, manifestando a expectativa de trabalhar com o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, num segundo mandato.

"Quanto à afirmação de António Costa em relação a Marcelo Rebelo de Sousa, aquilo que podemos dizer é que: entendam-se, se é essa a opção, que a façam", sugeriu o secretário-geral do PCP.

Interrogado se está decidido que o PCP vai ter um candidato e se será escolhido antes ou durante o Congresso de novembro, Jerónimo de Sousa declarou: "É uma questão pertinente. Naturalmente que participaremos nessa batalha. Em relação à forma, não está definido, o Comité Central não o definiu".

"Da parte do PCP, com toda a sua autonomia e a sua independência, garanto que vamos ter intervenção nas presidenciais", acrescentou.

Questionado se está fora de causa o PCP poder vir a apoiar o atual Presidente da República, Jerónimo de Sousa respondeu: "Como disse, entre nós não discutimos a questão das presidenciais no Comité Central. Fá-lo-emos em breve e não queria antecipar juízos de valor em relação a uma decisão que ainda não tomámos".

Na quarta-feira, durante uma visita à Volkswagen Autoeuropa, o primeiro-ministro disse esperar regressar àquela fábrica com o atual Presidente da República já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, contando, portanto, com a sua recandidatura e reeleição.

"Nós vamos ultrapassar esta pandemia e os efeitos económicos e sociais este ano, no ano que vem, nos anos próximos. E eu cá estarei, e cá estaremos todos, porque isto é um espírito de equipa que se formou e que nada vai quebrar. Cá estaremos este ano e nos próximos anos a construir um Portugal melhor", afirmou, em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa.

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