“Não há nenhuma razão” para aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido - TVI

“Não há nenhuma razão” para aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido

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  • HCL - Atualizada às 21:42
  • 26 jun 2020, 20:34

Eduardo Cabrita falou esta sexta-feira sobre o interesse de Portugal em integrar a lista de corredores de viagem que evitam o cumprimento da quarentena no Reino Unido

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse estaque "não há nenhuma razão" para a aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido, mas não quis antecipar o anúncio do Governo britânico sobre o corredor aéreo com Portugal.

Estamos, designadamente com o Reino Unido, a evidenciar aquilo que é óbvio: Portugal tem melhores indicadores de saúde pública e melhores indicadores de resposta à pandemia do que o Reino Unido. Por isso, não há nenhuma razão, de acordo com os critérios comparativos, para a existência de qualquer aplicação de regras de quarentena no regresso ao Reino Unido", disse o governante, à margem da apresentação do programa "Algarve Seguro", em Faro.

Em causa está a lista de países para os quais o Reino Unido vai criar corredores de viagem que evitam o cumprimento da quarentena imposta devido à pandemia de Covid-19, cujo anúncio será efetuado na próxima segunda-feira.

Portugal é um dos países que tem manifestado interesse em negociar um "corredor aéreo" com o Reino Unido para poder receber turistas britânicos, que representaram quase 20% do total em 2019.

De acordo com alguns jornais britânicos, Portugal é considerado de "alto risco" e existe um "debate intenso" sobre a sua inclusão na lista de países com corredores aéreos com o Reino Unido.

Sem antecipar a resposta do Governo britânico, Eduardo Cabrita reforçou que "basta comparar os dados sanitários" para verificar que, "manifestamente, não é em Portugal que está o risco".

No seu discurso, o governante já tinha acusado "alguma imprensa de outros países" de, com "uma competitividade não inteiramente limpa", apontar dados pontuais que “não põem em causa a resposta" do Algarve à Covid-19, relembrando que na região não existem pacientes internados nos cuidados intensivos.

Sobre outros Estados que colocaram restrições às entradas de passageiros de voos com origem em Portugal, o ministro da Administração Interna sublinhou que o país tem transmitido "viva discordância" em relação a essas decisões.

Sem qualquer fundamento, mantêm práticas discriminatórias que violam aquilo que foi definido nas reuniões" entre os 27 Estados-membros da União Europeia, acrescentou sobre esses países.

Questionado também sobre a capa do jornal espanhol El País, que noticiou o "confinamento de três milhões de portugueses", Eduardo Cabrita salientou que se trata de uma informação falsa.

"Manifestamente, não há três milhões de cidadãos confinados. Estamos a falar de um conjunto de 19 freguesias relativamente às quais existe o dever cívico de recolhimento, o que significa - como sabemos, já passámos todos por essa fase num quadro nacional - um dever de circunscrever as deslocações ao local de trabalho e à aquisição de bens alimentares essenciais", sustentou.

 

Algarve deve ter “particular exigência” sobre comportamentos de risco no verão 

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendeu que o Algarve deve ter uma "particular exigência" em relação a comportamentos de risco durante o verão, admitindo que 2020 será um ano atípico em termos turísticos.

Em conjunto, construiremos a prova da nossa capacidade de resposta com confiança, com atenção aos riscos e com uma particular exigência em relação aos comportamentos de segurança que sobre todos recai. Essa é uma responsabilidade dos cidadãos, dos agentes económicos regionais e de todos os que têm responsabilidades políticas ou institucionais", disse o governante, em Faro.

 

O Algarve é uma região de segurança e, do ponto de vista sanitário, um dos destinos mais seguros do mundo", prosseguiu, ressalvando, porém, que, em 2020, o Algarve ficará "muito longe" dos resultados históricos dos últimos anos, nos indicadores de passageiros no Aeroporto de Faro ou dormidas.

 

Não, 2020 não vai ser o melhor ano de sempre. Vai ser um ano em que, com o empenho de todos, construiremos a confiança para acolher bem cidadãos nacionais, que terão uma presença muito significativa, e aqueles que do estrangeiro queremos bem receber", acrescentou.

Durante a apresentação do programa, responsáveis das forças policiais, da Proteção Civil e das autoridades de saúde revelaram os respetivos números do reforço de efetivo para a região nos meses de verão.

A GNR vai reforçar o seu efetivo de segurança no Algarve durante o verão com mais de 2.600 militares, que se juntarão aos cerca de mil que estão posicionados, permanentemente, na região.

Vamos receber cerca de 2.650 militares, distribuídos por cinco vertentes: ordem pública, patrulhamento motorizado e ciclo, cavalaria, binómios e ainda 52 candidatos a guardas, que farão aqui no terreno a formação em exercício", revelou o diretor de Operações Nacionais da GNR, coronel Guerra Henriques.

Já a PSP, cujo Comando Distrital de Faro conta com 838 elementos, reforçará esse efetivo, até setembro, com duas equipas do Corpo de Intervenção da Unidade Especial de Polícia, além das equipas de Prevenção e Reação Imediata (duas em Faro e duas em Portimão), para resposta à criminalidade no meio urbano.

Casuisticamente, de acordo com uma avaliação do risco que está inerente a todas as operações que prosseguimos, através da identificação dos ativos críticos, das vulnerabilidades e nível de impacto, iremos disponibilizar ao Comando Distrital de Faro equipas de Trânsito, equipas de Intervenção Rápida, ‘drones’ e outros meios e equipamentos policiais", disse o intendente Pedro Grilo, chefe da divisão de Policiamento e Ordem Pública da PSP.

Ao contrário dos últimos anos, não haverá membros de forças policiais estrangeiras no Algarve, uma vez que essas parcerias se encontram suspensas, face ao contexto pandémico.

 

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