José Egídio Reis será o novo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário - TVI

José Egídio Reis será o novo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário

Nuno Crato [Foto: Lusa]

Tomada de posse marcada para terça-feira, às 17:00

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Notícia Atualizada às 12:06

O novo secretário de Estado da do Ensino Básico e Secundário é Fernando José Egídio Reis, que tomará posse na terça-feira, pelas 17:00, anunciou a Presidência da República.

Numa nota divulgada por Belém, refere-se que o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, aceitou a proposta apresentada pelo primeiro-ministro de "exoneração, a seu pedido, do Dr. João Henrique de Carvalho Dias Grancho do cargo de Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário" e que foi tornada pública na sexta-feira.

«Nos termos da mesma norma constitucional, o Presidente da República aceitou a proposta que lhe foi apresentada pelo Primeiro-Ministro de nomeação do Prof. Doutor Fernando José Egídio Reis para o mesmo cargo», lê-se ainda na nota.

O novo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário tomará posse na terça-feira, pelas 17:00 horas, no Palácio de Belém.

Na sexta-feira, o ministério da Educação anunciou que o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, tinha apresentado a sua demissão alegando "motivos de ordem pessoal", tendo sido aceite pelo ministro Nuno Crato.

A demissão surgiu no dia em que o jornal Público noticiou que o secretário de Estado, em 2007, e enquanto presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), plagiou textos produzidos por autores académicos sobre temas como deontologia profissional e formação inicial de professores, dos quais retirou extratos para usar num texto, sem citar os autores, que terá estado na base da sua intervenção num seminário que decorreu em Múrcia, Espanha, dedicado ao tema «A dimensão moral da profissão docente». 

Notas curriculares  

Fernando Egídio Reis é professor de história, foi adjunto de Nuno Crato nos primeiros meses de mandato e agora estava à frente da Direção-Geral da Educação (DGE).

Antes da DGE, Fernando Egídio Reis foi Diretor-Geral da Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, um outro organismo do Ministério da Educação, onde exerceu funções de diretor geral entre agosto de 2011 e janeiro de 2012.

Egídio Reis chegou ao Governo precisamente em 2011 e começou por ser adjunto do Ministro da Educação e Ciência nos primeiros dois meses de mandato de Nuno Crato, entre junho e agosto daquele ano.

A licenciatura em História, curso que tirou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1982, permitiu-lhe ingressar na carreira docente assim que terminou o curso.

Nove anos depois passou a fazer parte dos quadros da Escola Secundária Cacilhas-Tejo, em Almada, segundo a nota curricular divulgada pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP).

Já nos anos 90, Egídio Reis passou a investigador do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Em 1999, tirou um mestrado em História e Filosofia das Ciências, pela Faculdade de Ciências e da Tecnologia (FCT/UNL), e em 2007 tira um doutoramento em História e Filosofia das Ciências, pela mesma faculdade.

Diretores escolares esperam secretário de Estado «dialogante» 

Os diretores escolares saudaram a «rapidez» na escolha do novo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, esperando que Fernando Egídio Reis seja «dialogante» e um «homem de terreno» como o seu antecessor.

Na passada sexta-feira, o secretário de Estado João Grancho apresentou a sua demissão alegando motivos pessoais, uma decisão que foi aceite pelo ministro Nuno Crato. Hoje, foi tornada publica a decisão ministerial de escolher para aquele cargo o diretor-geral da Direção-Geral da Educação, Fernando Egídio Reis.

«Queria saudar a rapidez com que o ministro substituiu o secretário de estado, porque não se poderia prolongar por muito mais tempo», afirmou Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Para Filinto Lima, o novo secretário de Estado tem a vantagem de estar «no Ministério da Educação desde o início» e de «conhecer bem por dentro o ministério».

FNE dá benefício da dúvida a novo secretário de Estado e Fenprof vê continuidade

A Fenprof considerou que o novo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário vai prosseguir a política de «desmantelamento da escola pública», enquanto a FNE acredita que contribuirá para corrigir os problemas no setor.

«É uma escolha de continuidade, na medida em que se trata da promoção de alguém que já estava dentro do aparelho», disse à agência Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

Para a Fenprof, a escolha do novo titular, antigo diretor-geral da Educação, é uma promoção que se traduz em «baralhar e tornar a dar para ficar tudo na mesma».

O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, sublinhou, por seu lado, que o secretário de Estado indigitado é uma pessoa que vem «de dentro da máquina» do ministério, e que essa experiência pode ser positiva para o cargo.

«Conhece os problemas, conhece as dificuldades, o que desde já é um bom ponto de partida para corrigir aquilo que precisa de ser corrigido rapidamente», disse o dirigente da FNE.
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