Berlenga recebe luz como «presente de Natal» - TVI

Berlenga recebe luz como «presente de Natal»

  • Portugal Diário
  • 8 nov 2007, 14:47

12 painéis solares vão substituir três geradores da EDP

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Os poucos habitantes da Berlenga, que habitam a ilha durante todo o ano - funcionários da Câmara de Peniche e vigilantes dos Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) -, serão presenteados este Natal com o fornecimento ininterrupto de electricidade, noticia a Lusa.

Este «presente» insere-se num plano de acção mais global, que conta com um investimento de dois milhões de euros, envolvendo vários parceiros tecnológicos (um dos quais a NASA), na procura de soluções que permitam dotar a ilha da Berlenga de um sistema integrado de fornecimento de energia, água potável e tratamento de águas residuais.

«Se vierem pôr os painéis era do melhor, porque teríamos luz de dia e de noite», diz na expectativa Veríssimo Pereira (59 anos), que há 22 anos trabalha na ilha, passando mais meses em território marítimo do que em Peniche.

Os três geradores da EDP funcionam através de combustíveis, assegurando a energia durante o dia e até à uma da madrugada e apenas durante os meses de Abril a Novembro.

Mariete Soares (55 anos), esposa de Veríssimo Pereira e também funcionária da autarquia na Berlenga, não esconde o gosto pela beleza da ilha, mas o isolamento a que ficam sujeitos durante o Inverno obriga o casal a ficar longe dos filhos e a comer pão fresco apenas de oito em oito dias, trazido pela embarcação que uma vez por semana se desloca à ilha, quando as condições do mar assim o permitem.

«Quando mexemos na arca de manhã, tiramos logo as coisas para o jantar para manter o frio», conta Mariete, habituada a lavar diariamente os alimentos com escassos dois jarros de água doce e a deixar estragar alimentos por causa das dificuldades de conservação do frigorífico.

De Dezembro a Março, a Berlenga é apenas habitada pelos faroleiros e pelos vigilantes do ICNB. «Quando não temos luz não podemos fazer muito», relata o vigilante. «Vamo-nos desenrascando com uns painéis solares e com geradores nossos que chegam para ter luz durante o dia e alimentar uma arca e um frigorífico, mas que funcionam mal», explica. «Quando temos de ligar a bomba da água, desliga-se a luz», continua Pedro Soares.

O objectivo passa por dotar a ilha de 70 KW/dia de energia instalada, com recurso a três centenas de painéis solares de 34 KW, coadjuvadas com meia dúzia de moinhos de vento de 36 KW, suficientes para assegurar duas mil horas de energia.
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