Parceiros de Esquerda lamentam maioria absoluta do PS nos Açores - TVI

Parceiros de Esquerda lamentam maioria absoluta do PS nos Açores

Bloco de Esquerda e PCP afinam pelo mesmo diapasão no comentário aos resultados das eleições açorianas: só não gostam que o PS mantenha a maioria absoluta na Região Autónoma

Satisfeita com a duplicação do número de deputados, que considerou um "resultado histórico", a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins lamentou que o PS tenha mantido a maioria absoluta nestas eleições.

O PS mantém a maioria absoluta. Achamos que seria melhor para a região autónoma dos Açores se essa não fosse a realidade", referiu a coordenadora do BE.

Mesmo com, infelizmente, o aumento da abstenção que se registou, o BE conseguiu aumentar significativamente o número de votos, conseguiu um resultado histórico", afirmou Catarina Martins.

A coordenadora destacou ainda que o BE conseguiu eleger, pela primeira vez, um deputado pelo grupo de São Miguel, quando até hoje só tinha conseguido eleger um deputado pelo círculo de compensação. O BE passa assim a ter um grupo parlamentar na Assembleia Legislativa dos Açores.

Julgamos por isso que o nosso objetivo principal foi alcançado", disse Catarina Martins, acrescentando que "o segundo objetivo" do Bloco não foi alcançado". A saber, evitar nova maioria absoluta do PS.

Mas foi isso que os açorianos e as açorianas escolheram, o BE, com todo o respeito pelos resultados eleitorais, estará mais forte e mais combativo" nos Açores, afirmou a coordenadora do BE.

"Empobrece a vida política"

Para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, as eleições regionais dos Açores ficam marcadas negativamente pela maioria absoluta do PS, apesar do crescimento eleitoral da CDU.

Como reiteradamente alertámos, o prolongamento da maioria absoluta não só empobrece a vida política democrática regional como constitui um obstáculo à concretização de medidas e decisões que correspondam às aspirações povo açoriano", afirmou Jerónimo de Sousa.

Numa declaração na sede nacional do PCP, em Lisboa, o secretário-geral comunista assinalou que o resultado da CDU traduziu a "confirmação da sua representação parlamentar" (um deputado) e a "subida em percentagem e no número de votos", de 1,89 por cento para 2,7 por cento. 

Jerónimo de Sousa destacou a eleição do deputado pelo círculo das Flores, em que foi a primeira força política, com 32% dos votos e considerou que o resultado no conjunto da região "assegura as condições para dar continuidade ao trabalho em defesa dos interesses" dos açorianos.

Se aumentamos em percentagem e votos num quadro de uma abstenção tão grande? Quando elegemos um deputado pelo círculo das Flores e ser a primeira força na ilha, dizer que isto é uma derrota, valha-nos Deus", afirmou, após questionado sobre se o resultado em termos globais poderia ser considerado uma derrota para a CDU. 

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