De "incompreensivelmente tardia" à "mais razoável": partidos reagem à data das eleições - TVI

De "incompreensivelmente tardia" à "mais razoável": partidos reagem à data das eleições

  • Beatriz Céu
  • 4 nov 2021, 20:24

A data foi apresentada esta quinta-feira pelo Presidente da República, em Belém

O Presidente da República anunciou, esta quinta-feira, que as eleições legislativas irão decorrer a 30 de janeiro, uma data que provocou reações distintas nos partidos com assento parlamentar.

PCP fala em data "incompreensivelmente tardia"

O PCP considera a data de 30 de janeiro "incompreensivelmente tardia" para a realização de eleições legislativas antecipadas. Foi essa a data anunciada pelo Presidente da República, que esta quinta-feira anunciou a dissolução da Assembleia da República.

Em sentido contrário, o deputado comunista António Filipe lembrou uma data "proposta pela quase totalidade dos partidos", referindo-se ao dia 16 de janeiro.

Para o parlamentar, "dá a ideia" de que Marcelo Rebelo de Sousa "está a por à frente dos interesses nacionais conveniências a candidaturas à liderança dos partidos da direita", estando marcadas eleições diretas no PSD, possibilidade que ainda está em aberto no CDS.

Iniciativa Liberal aponta 30 de janeiro como "data mais razoável"

O deputado único da Iniciativa Liberal considerou que a data marcada pelo Presidente da República para a realização de eleições legislativas é "a data mais ponderada, mais razoável" para avançar com eleições, tendo sido essa, aliás, a data escolhida pelo partido, e que foi transmitida a público.

Admitindo que "a Iniciativa Liberal estaria preparada para eleições qualquer que fosse a data", por estar habituada a "trabalhar sob pressão e com poucos recursos", Cotrim Figueiredo descreveu a decisão como "a mais correta" e garantiu que o partido irá oferecer "alternativas de novo rumo para o país, com energia, novas ideias e exigência."

Bloco de Esquerda rejeita "guerra política" provocada pela escolha da data de eleições

O deputado do BE Filipe Mota Soares insistiu, perante os jornalistas, que a convocação de eleições antecipadas "não era uma inevitabilidade" da rejeição da proposta orçamental do Governo para 2022.

"Da parte do BE, nós não desejamos eleições e sempre tivemos como vontade garantir um orçamento que não faltasse ao país como fundamental", frisou.

Contudo, o deputado rejeita uma "guerra política" em torno da escolha da data de eleições e garante que o BE está "disponível" para ir a eleições.

Chega considera data das eleições "aceitável"

O deputado único do Chega considerou que o dia 30 de janeiro é "uma data aceitável", embora não tenha sido a data apresentada pelo partido.

"Não era a data que preferíamos nem que tínhamos indicado. Compreendemos, porém, os argumentos que o senhor Presidente da República aqui apresentou, de haver algum espaço para debate", afirmou.

PAN deixa apelo para "forte participação às urnas"

Inês Sousa Real considerou que a data apresentada por Marcelo Rebelo de Sousa "acautela que a campanha eleitoral não só não colida com o Natal e com o Ano Novo", como também permite que "todos os partidos possam participar de forma democrática" neste ato eleitoral.

A deputada deixou ainda um apelo para uma "forte participação às urnas", de forma a combater a abstenção.

Verdes lamentam data apresentada, que não vai ao encontro das suas pretensões

A deputada Mariana Silva, dos Verdes, lamentou que as eleições não tivessem sido marcadas para o dia 16 de janeiro, tal como propôs ao Presidente da República, considerando que essa data permitiria um novo Orçamento do Estado para 2022 "o mais rápido possível".

Contudo, garantiu que "os Verdes estão disponíveis para as eleições", lembrando o trabalho que o partido tem vindo a fazer nos últimos seis anos.

CDS garante "todos os esforços" para oferecer alternativa ao país

A porta-voz do CDS, Cecília Anacoreta Correia, garantiu que o CDS envidará "todos os esforços" e "todos os recursos" na preparação de "uma alternativa ao país no dia 30 de janeiro, considerando que tal não seria "seguramente" possível em seis semanas, caso o Congresso do partido se realizasse na data inicialmente prevista, entre 27 e 28 de novembro.

A representante insistiu que, "formalmente, o mandato de Francisco Rodrigues dos Santos mantém-se até 26 de janeiro, mas mantém-se até ser substituído em novo congresso".

"Uma coisa podemos garantir aos portugueses, é que haverá um novo Congresso a seguir às eleições e o partido terá todo o tempo para discutir a liderança", frisou.

Partido Socialista "respeita" decisão do Presidente e apela ao voto

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, afirmou que o partido "compreende a decisão do senhor Presidente da República" de dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas e "respeita" a data escolhida pelo chefe de Estado.

"Respeitamos a decisão do senhor Presidente na sua plenitude. A data, 30 de janeiro, permite que todos possam participar, esclarecer os portugueses sobre os projetos que os partidos têm para Portugal e garantir uma escolha livre para o futuro do país", frisou.

José Luís Carneiro apelou ainda à "forte mobilização dos portugueses" nas urnas, "para garantir certeza e estabilidade", que considerou "essenciais para a força do país".

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