A iniciativa arrancou já passava do meio dia. A fila para as visitas ao Porto de Leixões era longa, não houvese este ano uma atração ainda maior: o recém inaugurado terminal de cruzeiros. Aproveitando este facto, Catarina Martins deixou vários apelos, em torno da palavra "mudança". E os potenciais eleitores pareciam estar em sintonia com a ideia.
"Há muitos caçadores, mas nenhum consegue caçar este coelho". A metáfora foi usada por um dos populares e não precisa de explicações, espelhando o ambiente que se viveu nesta arruada.
Dos mais velhos aos mais pequenos, a porta-voz do BE dirigiu-se a todos. E recebeu de todos.
"Onde é que ela está? Ela é pequenina, mas quando fala, cuidado", ouvia-se entre a multidão. Não era só Catarina que falava os populares. Estes também faziam questão de falar com ela e, pelo meio, até lhe pediram para posar para a fotografia.
Mas terá sido logo no início da arruada, o momento para mais tarde recordar. Lúcia Marques, uma reformada de 69 anos, mas cujo "espírito" diz rondar a casa dos 20 anos, deu um abraço expressivo à porta-voz do BE, para logo depois, lhe dar uma certeza: a 4 de outubro, vai votar no Bloco.
"Tudo vai mal", disse a Catarina Martins, lamentando sobretudo "os jovens que tiveram de emigrar".
O sol que encheu a manhã no Porto de Leixões combinava, assim, com a simpatia dos que ali se encontravam. E nem a música muito alta, em fundo, causou mossa à arruada.
"A simpatia é o reconhecimento das propostas. Não falamos de abstrações, falamos de coisas concretas", afirmou a dirigente do BE.
Um reconhecimento que o partido espera que se traduza também, em número de votos, no ato eleitoral.
No final, ainda houve tempo para falar em sondagens e empates. Depois de a última sondagem conhecida ter colocado PS e coligação taco a taco, Catarina Martins foi perentória: os empates são bons para os comentadores políticos, mas o que as pessoas querem é "desempatar a sua vida".
Sobre a notícia avançada pelo semanário "Expresso", que dá conta que o Presidente da República vai dar posse a quem tiver mais mandatos, a bloquista recusou tecer comentários. Preferiu falar na Constituição e na sua "clareza".
"A Constutuição é clara. O Presidente da República dará posse ao partido que tiver maior bancada parlamentar para formar Governo."