PS pronto para governar «à esquerda» - TVI

PS pronto para governar «à esquerda»

O lider parlamentar do PS, Alberto Martins

Alberto Martins assume que derrota nas europeias traduz «a responsabilidade histórica» dos socialistas terem estado na defensiva face ao neo-liberalismo

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O líder parlamentar do Partido Socialista (PS) explicou esta quarta-feira a derrota eleitoral do partido nas eleições europeias de 7 de Junho. Na intervenção de fundo no debate da moção de censura do CDS/PP ao Governo, Alberto Martins disse que o resultado das europeias traduz «a responsabilidade histórica» do PS ter estado na defensiva face ao neo-liberalismo.

«O PS foi claramente derrotado nas eleições europeias. Fomos derrotados, e encaramos a derrota com responsabilidade democrática. A falência do neo-liberalismo foi no plano eleitoral paga pela esquerda socialista. Mas temos que assumir a responsabilidade histórica de termos estado, muitas vezes, na defensiva face ao modelo neo-liberal», afirmou.

Governo ouve amanhã partidos para marcar eleições

Depois da auto-crítica e a pensar nas próximas eleições legislativas, Alberto Martins disse que o PS está pronto para garantir a governabilidade «à esquerda».

«A questão que eleitoralmente se coloca aos portugueses é saber quem vai governar o País, sendo certo que a última coisa que o País precisa é de acrescentar uma crise de governabilidade à crise financeira e económica que vivemos. A alternativa de governo que está colocada é entre o Partido Socialista e a Direita», defendeu.

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Realçando que o PS «percebeu os sinais» dados pelos eleitores na votação para as europeias, Alberto Martins adiantou que o partido vai «aprofundar a estratégia de desenvolvimento e de reforço do Estado Social».

Moção do CDS é «usurpação política»

Em vez de se dirigir ao primeiro-ministro, Alberto Martins aproveitou a ronda de perguntas, durante o debate da moção de censura ao Governo, para se dirigir ao CDS-PP. O líder parlamentar do PS acusou os centristas de «usurpação política da vontade popular» por querer, com a moção de censura, «prolongar artificialmente» os resultados das europeias, quando faltam apenas três meses para os próximos actos eleitorais.

O líder parlamentar socialista considerou que tentar «provocar um derrube do Governo» no actual contexto é «manobrismo infantil» que revela «falta de sentido de Estado e irresponsabilidade».

As críticas de Alberto Martins levaram Paulo Portas a pedir a defesa da honra da bancada centrista.

«A utilização de qualquer direito constitucional e regimental é legítima», retorquiu o líder do CDS/PP, defendendo que o objectivo das moções de censura não se esgota no derrube do governo e serve também para o debate político.

«A utilização de qualquer direito constitucional e regimental é legítima, discordar é natural, mas pretender que é ilegítimo é autoritário», acusou.
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