“Ninguém diria há seis meses atrás que a coligação poderia ganhar as eleições. António Costa chegou a ter sondagens que davam 45%, o que significava o PS ter maioria absoluta. Ora, o que aconteceu aqui foi de facto um processo de resistência fantástico da parte da coligação, o que me leva a pensar que se esta semana durasse mais uma semana provavelmente nós não estaríamos aqui a discutir se haveria ou não maioria absoluta porque se calhar haveria mesmo”, afirmou.
Para José Eduardo Moniz, o PS falhou sobretudo por dificuldades do próprio secretário-geral.
"António Costa teve uma série de fatores a jogarem contra, mas os maiores problemas criou-os ele. Ele acreditou que a classe média estava maioritariamente contra o atual Governo, mas essas pessoas fugiram para os outros partidos de esquerda", sublinhou.
A porta-voz do Bloco de Esquerda foi, para José Eduardo Moniz, a grande figura da esquerda portuguesa.
"Catarina Martins revelou-se uma líder nata e é a grande surpresa destas eleições. Posicionou-se como uma líder do projeto de esquerda", defendeu.
Para José Eduardo Moniz, o país sai deste dia eleitoral “mais fragilizado do que aquilo que estava.”
“Nós temos no plano governamental uma ameaça de instabilidade séria, no que diz respeito ao maior partido da oposição, idem. Aquilo que nós podemos perceber é que o PS se encontra numa encruzilhada: se porventura optar por um diálogo com a direita, vai abrir mais o flanco ainda à sua esquerda. Se porventura se aproxima mais da esquerda perde o centro. Portanto, está com um verdadeiro dilema em mãos e obviamente não sei como é que se sai disso”, concluiu.