Emigração: PS diz estranhar «alarido» e «nervosismo» do PSD - TVI

Emigração: PS diz estranhar «alarido» e «nervosismo» do PSD

Polémica sobre o fim dos votos por correspondência na emigração

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O dirigente socialista José Lello estranhou esta segunda-feira o «alarido» e o «nervosismo» do PSD contra o projecto do PS que pretende acabar com o voto por correspondência nos círculos eleitorais da emigração, noticia a Lusa.

O projecto do PS de alteração à lei eleitoral para a Assembleia da República, estendendo a obrigatoriedade do voto presencial aos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa (que elegem dois deputados cada um), tem discussão e votação agendadas para sexta-feira em plenário do Parlamento.


http://diario.iol.pt/politica/iol-governo-ferreira-leite-ultimas-noticias-imigrantes-psd/989995-4072.html target=_blank>Governo quer acabar com voto por correspondência, acusa PSD


Na semana passada, em conferência de imprensa, a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou o PS de querer distorcer o voto da emigração nas legislativas proibindo o voto por correspondência e prometeu apelar «a todas as instâncias» para impedir essa alteração legislativa.

Numa primeira reacção às declarações da líder social-democrata, o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alberto Martins, justificou a necessidade de se acabar com o voto por correspondência para eliminar a possibilidade de «sindicatos de voto» e garantir a «transparência».

«O PS quer dar coerência ao sistema e acabar com o voto por correspondência, que não é fiável. Na emigração, nas eleições para o Presidente da República e para o Conselho das Comunidades Portuguesas, já há a exigência do voto presencial», apontou José Lello.

O secretário nacional do PS para as Relações Internacionais e ex-secretário de Estado das Comunidades Portugueses disse depois estranhar «o alarido e o nervosismo do PSD com a perspectiva de se acabar com o voto por correspondência».

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«Se a obrigatoriedade de voto presencial teve o apoio do PSD quando aplicado a eleições Presidenciais e para o Conselho das Comunidades Portuguesas, porque razão entende agora o PSD que essa obrigatoriedade já não vale para as eleições legislativas? Entende o PSD que o voto por correspondência é tão fiável e rigoroso como o voto presencial?», interrogou-se o dirigente socialista.

Questionado sobre que situações em concreto de sindicato de voto se têm verificado nos dois círculos eleitorais da emigração, Lello não as especificou, mas aludiu apenas a episódios ocorridos em países não europeus.

«Não sou polícia. Mas toda a gente sabe de situações complicadas que resultaram do deficiente funcionamento de serviços de correios de países de África e da América do Sul; de votos do Brasil que foram parar por engano a Espanha; de votos enviados para casa de cidadãos falecidos por desactualização dos cadernos eleitorais; ou de suspeitas de utilização indevida de votos, particularmente de idosos», apontou.

Nas últimas eleições legislativas, em 2005, o PS perdeu 2-0 com o PSD em deputados eleitos pelo círculo da emigração Fora da Europa, acto eleitoral em que pela primeira vez os socialistas conquistaram uma maioria absoluta.

Também nas legislativas de 2002, em que o triunfo pertenceu aos sociais-democratas com maioria relativa, foi o PSD a eleger os dois deputados do círculo Fora da Europa, enquanto no círculo da Europa PS e PSD têm empatado 1-1 em número de deputados.

Em 1999, quando o PS ficou à beira da maioria absoluta, os socialistas ficaram com os dois mandatos do círculo da Europa e conseguiram eleger um deputado pelo círculo Fora da Europa, embora tenha cabido ao PSD a maioria dos votos neste último círculo.
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