Preço do hidrogénio para consumidores deverá equivaler ao do gás natural - TVI

Preço do hidrogénio para consumidores deverá equivaler ao do gás natural

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  • BC - atualizada às 16:20
  • 30 jul 2020, 15:41
João Pedro Matos Fernandes

Estratégia nacional para o hidrogénio como fonte de energia foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros

O Conselho de Ministros aprovou hoje a estratégia nacional para o hidrogénio como fonte de energia, que deverá ter um preço semelhante ao que hoje acontece para o gás natural, afirmou o ministro do Ambiente e Ação Climática.

Em conferência de imprensa após o fim da reunião, João Pedro Matos Fernandes afirmou que “a consulta pública mostrou que a indústria química é o grande cliente do hidrogénio”, cuja estratégia prevê um investimento de cerca de sete mil milhões de euros, com a meta de aquele gás representar 5% do consumo final de energia em 2030.

O ministro afirmou que todos os apoios públicos aplicáveis serão concedidos por “candidatura pública e concurso no âmbito do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) ou do programa que lhe suceda no próximo quadro comunitário de apoio”.

Os apoios ao longo do tempo servirão para “garantir que não há nenhum prejuízo para os clientes e que o hidrogénio terá um preço em tudo comparável ao gás natural”.

Serão atribuídos com mecanismos de concorrência e baseados nos leilões semelhantes” ao que hoje acontece para a energia solar, acrescentou Matos Fernandes.

O ministro indicou ainda que foi aprovada em conselho de ministros a “emissão de garantias de origem para gases de origem renovável”, tal como já acontece hoje para a eletricidade produzida de fontes renováveis, afirmando que “são uma certeza para o consumidor final e também um acrescentar de valor para o produtor”.

Matos Fernandes salientou que a estratégia portuguesa para atingir a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono em 2050 não pode depender só da aposta na eletricidade, considerando “fundamental a presença do hidrogénio para injetar na rede, substituir o gás natural e para ser fonte de energia para os transportes pesados e também para a indústria”.

Ministro aponta "desconhecimento ou mau aconselhamento" de líder do PSD sobre hidrogénio

O ministro do Ambiente e Ação Climática afirmou ainda que as críticas do líder do PSD à estratégia do Governo para o hidrogénio partem de “desconhecimento ou mau aconselhamento”, atribuindo-lhe “erros crassos” de raciocínio.

No debate do Estado da Nação, na sexta-feira passada, Rui Rio classificou o investimento na produção de hidrogénio como “projeto extremamente perigoso”, considerando que o país não tem “condições para aventuras nem para ideias megalómanas”.

As declarações do dr. Rui Rio têm por base desconhecimento ou mau aconselhamento”, afirmou hoje João Pedro Matos Fernandes na conferência de imprensa após a aprovação em Conselho de Ministros da estratégia, concluído o período de consulta pública.

O ministro salientou que “o investimento na produção de hidrogénio verde é privado”, mas, como há fundos disponíveis para investir, “é normal que exista um apoio público a esses mesmos investimentos”.

O líder do PSD questionou que, na estratégia nacional sobre o hidrogénio, o Governo preveja investir “sete mil milhões de euros”, valor próximo do da Alemanha, nove mil milhões de euros.

Matos Fernandes afirmou que há “factos errados” e “erros crassos” nas afirmações de Rui Rio “e daqueles que o acompanham” e apontou que “os nove mil milhões na Alemanha são a dimensão do apoio público ao investimento”, que em Portugal são “900 milhões” de um total de sete mil milhões estimados para fazer arrancar este setor.

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