Sócrates «sacudiu a água do capote» - TVI

Sócrates «sacudiu a água do capote»

José Sócrates

Oposição critica entrevista do primeiro-ministro por considerar que fugiu às questões quentes e não explicou os dados que foi apresentando

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O PSD acusou o primeiro-ministro de «falta de humildade e bom senso», ao não esclarecer os custos da «panóplia» de investimentos públicos, considerando que «a muito custo» José Sócrates «reconheceu a gravidade da crise» do País.

Os sociais-democratas reagiam, assim, à entrevista do chefe do Governo (PS) esta noite na RTP1.

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, sustentou que José Sócrates «muito a custo, reconheceu a gravidade da crise» do País, tendo manifestado «pouco rigor» quando «não sabe o impacto financeiro das medidas que anunciou».

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Sócrates «só pode estar a brincar»

O CDS-PP acusou o primeiro-ministro de mentir nas previsões dos aumentos do preço dos combustíveis e de revelar «puro cinismo» quando enumera novos postos de trabalho «sem fazer o balanço dos empregos perdidos».

Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz do CDS-PP, Nuno Melo, acusou o primeiro-ministro de «não falar verdade» quanto ao aumento do preço dos combustíveis, já que as «previsões para 2008 apontavam para 120 dólares o barril» e José Sócrates «foi dizer no Parlamento que era 80 dólares o barril».

O deputado considerou ainda que o chefe do Executivo revelou «puro cinismo» quando, perante «o desemprego que se vive em Portugal», afirma que «97 mil postos de trabalho foram criados, sem fazer o balanço dos empregos perdidos». «Não é sério», vincou Nuno Melo.

O porta-voz dos democratas-cristãos sublinhou que o primeiro-ministro «só pode estar a brincar» quando invoca que o País «está hoje melhor do que antes». «É que hoje pagamos mais impostos, há mais desemprego, as famílias estão mais endividadas, os salários e os rendimentos cresceram abaixo da inflação, a maioria dos portugueses não recebe abono de família», sustentou Nuno Melo.

Quanto às medidas fiscais anunciadas por José Sócrates, o deputado apelidou-as de «dois anúncios pequeninos» tendo como base uma «preocupação pré-eleitoral».

«Sacudir a água do capote»

O Bloco de Esquerda acusou o primeiro-ministro de «sacudir a água do capote», ao «resignar-se perante as dificuldades», atribuindo-as à conjuntura internacional.



Em declarações à Agência Lusa, o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo afirmou que «o primeiro-ministro passou uma hora a sacudir a água do capote», ao «não assumir a responsabilidade das políticas que tem tomado».

«Resigna-se perante as dificuldades», acusou, criticando Sócrates de considerar essas dificuldades como sendo da «exclusiva responsabilidade de factores externos».

Quanto às medidas fiscais anunciadas pelo primeiro-ministro na entrevista, João Semedo invocou que são «medidas desenhadas, muito pontuais, de pequena dimensão» face «ao crescimento da taxa da inflação e dos juros, ao aumento do preço dos combustíveis e dos alimentos».
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