Provedor de Justiça: os nomes recusados pelo PSD

O líder parlamentar do PS disse aos deputados socialistas, esta quinta-feira, que sondou o PSD para que aceitasse no cargo de Provedor de Justiça António Arnaut, Rui Alarcão ou Freitas do Amaral, mas todos foram, à partida, recusados, informa a Agência Lusa.

«Posição de intransigência»

De acordo com fonte da direcção do Grupo Parlamentar do PS, Alberto Martins contou aos seus deputados as diligências que fez junto do PSD, ao longo dos últimos meses, para procurar resolver o impasse em torno da escolha do Provedor de Justiça, que precisa de ser eleito no Parlamento por uma maioria de dois terços.

Ainda segundo o mesmo dirigente socialista, ao referir que o PSD recusou ponderar os nomes do ex-ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, do antigo reitor da Universidade de Coimbra Rui Alarcão e do fundador do CDS, Freitas do Amaral, o líder parlamentar do PS pretendeu vincar uma alegada «posição de intransigência» em torno desta matéria por parte dos sociais-democratas.

Ou seja, segundo a tese do PS, o PSD continua a reivindicar o direito de escolher o sucessor de Nascimento Rodrigues (também ele social-democrata) no lugar de Provedor de Justiça, recusando uma suposta regra de rotatividade neste cargo.

No final da reunião da bancada socialista, esta quinta-feira, Alberto Martins referiu aos jornalistas que o PS fez, há uma semana, uma «proposta forte» ao PSD para o nome do próximo Provedor de Justiça, mas não especificou de quem se tratou.

«O PS fez há uma semana uma proposta forte (¿) e quando for conhecido ver-se-á que não há qualquer tentação partidária», afirmou Alberto Martins.

Alberto Martins sublinhou que nos últimos 19 anos, o cargo de Provedor de Justiça foi ocupado na maioria das vezes por personalidades oriundas do PSD, «três dos quais designados durante maiorias absolutas do PSD».

Quanto à proposta que disse ter apresentado ao PSD, Alberto Martins recusou revelar para já o nome, afirmando que ainda decorrem as conversações.

Questionado sobre se o PS espera uma resposta da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, Alberto Martins recusou responder.

«É um processo que não está calendarizado, espero que seja com a maior prontidão possível», afirmou.