«Devemos defender o nosso queijo da serra, o nosso chouriço, a nossa alheira»

O candidato presidencial Manuel Alegre defendeu esta terça-feira que Portugal, apesar de partilhar soberania com a Europa, deve preservar os seus produtos e a sua identidade, rejeitando uma adaptação acrítica de «tudo aquilo que vem de Bruxelas», noticia a Lusa.

Durante uma reunião que manteve com Nelson Dias, presidente de uma associação de apoio ao desenvolvimento sustentável, em S. Brás de Alportel, no Algarve, a In Loco, Alegre ouviu as preocupações desta estrutura naquilo que diz respeito à falta de adaptação da legislação europeia à realidade dos produtos locais e regionais.

«Nós integramo-nos na Europa e perdemos uma parte da soberania», explicou o candidato presidencial apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda.

No entanto, Alegre salientou que o facto da Europa dever «ser uma soberania partilhada não quer dizer que se adapte de uma maneira acrítica tudo aquilo que vem de Bruxelas, que muitas vezes resulta de trabalho de gabinete, numa concessão euro centralista ou euro burocrática que não tem em conta as especificidades, diversidades e identidades locais».

«Nós devemos estar na Europa com esse espírito, de partilhar soberania, mas também de preservar aquilo que é nosso, preservar a nossa identidade», realçou.

«Acho que devemos saber defender o nosso queijo da serra, o nosso chouriço, a nossa alheira como devemos saber defender os produtos algarvios e as iniciativas desta natureza», sustentou.

Para Manuel Alegre, «tendo em conta que um dos problemas mais graves do país é o da desertificação do interior», iniciativas como as apoiadas pela In Loco - em áreas como a restauração, pequenas unidades agrícolas e artesanato - «devem ser acarinhadas, com exigências europeias de qualidade mas tendo em conta a diversidade, a especificidade e aquilo que é diferente».