«Ideia de que o mercado é capaz de se autorregular é uma treta» - TVI

«Ideia de que o mercado é capaz de se autorregular é uma treta»

O presidente do Conselho Económico e Social, Silva Peneda, na Audição do Conselho Económico e Social na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA)

Defendeu Silva Peneda

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O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, afirmou hoje que «a ideia de que o mercado é capaz de se autorregular é uma treta».

«Ficou demonstrado que o mercado não é capaz de se autorregular, daí que o Estado, os poderes públicos, têm de ser reforçados», sustentou Silva Peneda, que falava esta tarde, em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, distrito do Porto, no âmbito de um debate organizado pela Federação Distrital do PS do Porto sobre «Melhor Estado – Mais Democracia».

Para o responsável, o «poder político deixou-se capturar pelo poder financeiro» e «para se dignificar tem que dar mostras que põe o poder financeiro na ordem».

Silva Peneda disse que o país não pode «acordar de manhã com surpresas, como aconteceu com o BES», considerando que a «monitorização permanente do sistema financeiro é algo essencial».

«Temos de ter um sistema de regulação muito mais eficaz, com a consciência de que esta crise levou-nos a um tempo de transição, que ainda não encontrámos as soluções finais», frisou.

Defendendo que os diferentes equilíbrios têm de estar «mais ou menos arrumados», Silva Peneda afirmou que «quando há um desequilíbrio e o poder político o quer corrigir à bruta, de forma violenta, muitas vezes pode criar muitos outros desequilíbrios».

«A obsessão pelo défice», disse, «criou outros desequilíbrios na sociedade, por exemplo a perda da importância da classe média, e uma classe média forte é fundamental para um país funcionar».

Sobre a regionalização, que sempre defendeu, Silva Peneda disse que esta «passará tanto melhor quanto mais se souber explicar que é peça importante para ter um Estado mais barato e mais eficaz».

Silva Peneda entende que «o centralismo levou ao desperdício, à opacidade», e o processo da regionalização está condicionado à forma como for explicado.
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