Candidatou-se à liderança contra Manuela Ferreira Leite e perdeu. Agora espera que ela desista, porque não esconde que gostaria de ser primeiro-ministro. Em entrevista à revista Pública, Pedro Passos Coelho, fala da infância, da juventude, mas também da sua queda para cantor de ópera. E de política, claro: «Sinto-me como uma alternativa à actual liderança do PSD».
Sobre o facto de continuar a falar sobre as suas ideias para o partido e para o País poder prejudicar a actual líder, Pedro Passos Coelho limita-se a sublinhar que «uma liderança forte não teme a competição no plano das ideias».
Uma visão muito fria e realista do PSD, leva-o a afirmar que, desde o fim da segunda maioria absoluta de Cavaco, o PSD «tem muita dificuldade em encontrar um rumo com que se possa apresentar ao eleitorado» e a concluir que o PSD «voltou ao Governo sem estar preparado».
Segundo Passos Coelho, o PSD dotou o País de «um hardware mais moderno. Mas depois faltou o software». «Como aperfeiçoar o Estado? Como tornar as políticas públicas mais eficientes? Como robustecer a sociedade civil? Como premiar o mérito, como tornar o sistema mais transparente, tornar a ascenção social mais justa? Como combater o amiguismo e a ineficiência, seja nas empresas privadas, seja nas públicas?». Isto ficou por fazer, diz.
O PSD, diz Passos coelho na entrevista à Pública, «tem uma genética» que considera «actual e com uma razão de ser e uma função». Mas, acrescenta, o partido «afastou-se dessa genética. As pessoas não a querem assumir».
E essa genética, sublinha, assenta nas origens do partido e no «traço reformador e contra-revolucionário» que deixou no País: «Foi o partido da liberdade, da sociedade civil, que combateu o colectivismo e lutou por uma sociedade europeizada, um sistema de mercado livre, com direitos sociais e políticos».
«O PSD afastou-se da sua genética»
- Redação
- - LM
- 22 fev 2009, 14:48
Pedro Passos Coelho, em entrevista à revista Pública, diz sentir-se como uma alternativa à actual liderança do PSD»
Continue a ler esta notícia