«Os nossos filhos não têm a garantia de viver melhor do que nós» - TVI

«Os nossos filhos não têm a garantia de viver melhor do que nós»

Vital Moreira

Vital Moreira diz que não há «atalhos» ou «milagres» para o fim da crise

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Vital Moreira avisou esta sexta-feira que a atual crise é «duradoura» e que não há «atalhos» ou «milagres» para o seu fim. O socialista mostra-se preocupado por esta ser «a primeira vez» que não existem perspetivas de uma vida melhor para as novas gerações.

«Esta será a primeira vez em que os nossos filhos não têm a garantia de viver melhor do que nós. E isto é uma mudança terrível».

O eurodeputado discursava, durante a tarde, no painel sobre «Sociedades Coesas» na Universidade de Verão do PS, que está a decorrer até domingo em Évora.

Vital Moreira reconheceu ser «um dos seniores» presentes, nascido em 1944, numa altura em que, lembrou, «ainda havia racionamento neste país», escreve a Lusa.

Até este momento nunca tinha existido este sentimento de maiores dificuldades para as gerações futuras.

«A nossa ideia positiva, progressista, de que cada geração vive melhor do que a anterior vai ser contrariada, porque esta crise já vai em quatro anos e, não tenhamos dúvidas, não há atalhos para o fim da crise», alertou.

Reconhecendo que «não há crises que durem sempre» e esta não vai ser exceção, o eurodeputado considerou, no entanto, que também «não vai ser solucionada amanhã, nem depois de amanhã».

«Vai demorar ainda muito tempo e os sacrifícios que estamos a passar podem diminuir ligeiramente dentro de meses ou um ano ou dois. Mas não há atalhos, nem há milagres. Convençamo-nos que, de facto, estamos a passar uma crise duradoura».

As sociedades, disse, podem «tolerar níveis de desigualdade relativamente elevados», mas tal só acontece se houver «a perceção de que o futuro, a curto prazo e a médio prazo, pode mudar».

«E de que há uma escala social ascendente, de que as pessoas, os nossos filhos, viverão melhor do que nós e de que o nosso emprego futuro pode ser melhor do que o anterior», sublinhou.

Para Vital Moreira este cenário está ausente da realidade atual, uma vez que esta crise «é, sobretudo, acerca do emprego e da falta de perspetivas de emprego».
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