«Reforma não pode ser a régua e esquadro» - TVI

«Reforma não pode ser a régua e esquadro»

Secretário-geral do PS, António José Seguro voltou a criticar Governo

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O secretário-geral do PS, António José Seguro, reiterou este sábado que a reforma do poder local «não pode ser feita a régua e esquadro a partir de um gabinete em Lisboa».

Em Baião, num jantar com algumas centenas de militantes socialistas, muitos dos quais autarcas, o líder do partido afirmou que «qualquer reforma sobre o poder local tem que ser feita com bom senso, equilíbrio, critério e com respeito pelas pessoas que vivem nas freguesias».

António José Seguro insistiu que qualquer reforma do poder local exige que se ouça primeiro as populações e os autarcas.

Sobre a extinção de freguesias em zonas rurais, o líder socialista sublinhou que a reforma deve respeitar «a identidade e a história que ligam as autarquias aos portugueses».

«Já lhes levaram o médico, a escola e o centro de saúde. O Estado não tem o direito de desproteger e abandonar esses portugueses só por viverem numa terra distante do progresso», afirmou, defendendo que «onde há possibilidades de fazer reformas no poder local é na malha urbana».

No jantar, António José Seguro voltou também a defender que o encaixe nos cofres do Estado dos fundos de pensões da banca poderia ter evitado o corte nos subsídios de Natal deste ano.

«O défice orçamental fixado para este ano vai ser atingido e não era necessário ter pedido metade do subsídio de Natal aos portugueses. Isto é não ter sensibilidade social», afirmou o líder socialista, aludindo aos seis mil milhões de euros que o Estado recebeu dos fundos de pensões dos bancos.

O responsável disse que outras medidas de austeridade impostas pelo Governo poderiam ter sido evitadas, nomeadamente o aumento do IVA sobre a electricidade e o gás. Bastava, apontou, que a maioria tivesse aprovado propostas alternativas do maior partido da oposição, nomeadamente o aumento da tributação de IRC nas maiores empresas.

«Aqui têm dois exemplos de duas medidas profundamente injustas que vão directamente ao bolso dos trabalhadores e dos pensionistas e que não eram necessárias, porque o Governo podia ir buscar receita de outra maneira», insistiu.

Reafirmando a necessidade de uma linha de crédito para injectar liquidez na economia, o secretário-geral socialista lembrou que «essa é a forma de ajudar a resolver» a crise no país.

«São as empresas que criam riqueza, que criam emprego. Um país para pagar as suas dívidas tem que criar riqueza e emprego», destacou.

António José Seguro criticou as opções do Governo, acusando o primeiro-ministro de ter uma atitude «conformada e resignada» e de estar «no lado errado da história».

Em contraponto, o líder da oposição disse estar «cheio de energia, ideias e propostas para mobilizar o país e demonstrar que há um outro caminho».
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