«Temos um primeiro-ministro de braços caídos» - TVI

«Temos um primeiro-ministro de braços caídos»

António José Seguro

Seguro acusa Passos de ser um líder de Governo «sem iniciativa»

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O secretário-geral do PS acusa Passos Coelho de ser «um primeiro-ministro de braços caídos e sem iniciativa», lamentando que o chefe do Executivo não tenha assinado uma carta em que 12 governantes defendem políticas europeias de crescimento económico, noticia a Lusa.

«Num momento em que o crescimento e emprego são a preocupação dos portugueses é difícil de compreender como o primeiro-ministro português não subscreveu a carta que onze dos seus colegas dirigiram ao presidente do Conselho e ao presidente da Comissão propondo mais crescimento económico. Temos um primeiro-ministro de braços caídos e sem iniciativa», escreveu hoje António José Seguro na sua página na rede social Facebook.

O líder socialista refere-se a uma carta, assinada por 12 chefes de Governo da União Europeia, enviada aos principais responsáveis comunitários, em que propõem um programa com oito pontos destinados a promover o crescimento económico e a responder à crise a nível da União.

«Desde que assumi a liderança do PS que fiz do emprego e do crescimento económico a principal prioridade da minha ação política. Simultaneamente, tenho defendido que a UE necessita de adotar medidas concretas para fazer face à crise. Destaco a emissão de euro-obrigações, a emissão de moeda pelo BCE, a criação de uma agência de rating europeia, harmonização fiscal, entre outras», escreve ainda Seguro no texto publicado na Internet.

«Há cada vez mais iniciativas de diversos líderes políticos defendendo que as políticas europeias respondam eficazmente aos problemas das pessoas. Este é o caminho», acrescenta.

A carta dos 12 líderes de governos europeus foi enviada ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

O texto defende que a crise que enfrenta a Europa é «também uma crise de crescimento» e, apesar de considerar «essencial» a tarefa de pôr em ordem as contas públicas nacionais, diz ser «necessário» modernizar a economia, aumentar a competitividade e corrigir os desequilíbrios macroeconómicos.

Sob o título «Um programa de crescimento para a Europa», 12 líderes de Governo afirmam que «é necessário restabelecer a confiança, entre os cidadãos, as empresas e os mercados financeiros, na capacidade da Europa para crescer de forma firme e sustentada».

Os signatários avisam ainda que a Europa se encontra num momento «perigoso» porque o crescimento está «estagnado» e o desemprego está a aumentar, o que faz com que os cidadãos e as empresas enfrentem «as condições mais duras» em muitos anos.

O programa que propõem para promover o crescimento inclui oito pontos, entre eles desenvolver mais ainda o mercado único europeu, especialmente no setor dos serviços, e a criação de um verdadeiro mercado digital europeu até 2015.

Defendem ainda um efetivo mercado único de energia até 2014 e «redobrar o compromisso com a inovação», através de uma aposta na investigação.

O texto pede ainda uma «ação decisiva» no sentido de abrir os mercados mundiais ao comércio livre, reduzir o peso da burocracia europeia nas empresas e promover mercados de trabalho eficazes que ofereçam «oportunidades de emprego» aos jovens, às mulheres e às pessoas mais velhas.

Os signatários propõem também o desenvolvimento de um setor de serviços financeiros «forte, dinâmico e competitivo que apoie as empresas e os cidadãos». Para isso, defendem a redução das garantias para o resgate das entidades financeiras, por considerarem que distorcem o mercado único, e que devem ser os bancos, não os cidadãos, a suportar os custos dos riscos que assumem.

Os signatários deste documento são os chefes de Governo de Espanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Estónia, Letónia, Finlândia, Irlanda, República Checa, Eslováquia, Suécia e Polónia.
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