Ao ataque, Passos responde que Estado está "bem e recomenda-se" - TVI

Ao ataque, Passos responde que Estado está "bem e recomenda-se"

Oposição confrontou o primeiro-ministro com o Estado da Nação: saúde, educação, justiça, emprego, desigualdades, pobreza e promessas falhadas. Eis um leque de perguntas e respostas

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No debate sobre o Estado da Nação - que marca o fim desta legislatura - fez-se o balanço dos últimos quatro anos, a menos de três meses das eleições legislativas.

Foram muitos os deputados a fazer muitas perguntas ao primeiro-ministro. Em quatro horas de debate, o novelo foi-se desfiando, entre os regressos ao passado, os ataques e a defesa do Governo, pelo primeiro-ministro e partidos da maioria, e do papel da oposição, pelos restantes partidos.

Para o primeiro-ministro, no essencial, o Estado está "bem e recomenda-se", sem Passos Coelho ter problema algum "de interpretação da realidade" , vincou o próprio. 

Também o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, defendeu que o "Estado social está livre do seu maior inimigo que é o Estado falido"  e sairá reforçado nos próximos anos. 

Eis algumas das mais importantes questões colocadas e respostas dadas por Passos Coelho (entre muitas que ficaram por responder). 


Educação

Às várias críticas da oposição, Passos Coelho respondeu que "a escola pública está forte e recomenda-se".


Saúde

"E o mesmo se passa com o Serviço Nacional de Saúde"
, disse o primeiro-ministro. Os cuidados de saúde "melhoraram". 

Miguel Santos (PSD) também fez questão de citar vários relatórios para defender os progressos na Saúde em Portugal. "O ponto de partida em 2011 foi um Serviço Nacional de Saúde preso a uma dívida de 3 mil milhões de euros. A libertação foi feita pelo Governo, sozinho, apoiado pelos portugueses."

O PCP, por sua vez, tinha acusado o Governo de "cortar na saúde à custa dos portugueses" nestes quatro anos. 
"Este Governo é responsável pelo aumento dos custo na Saúde, das taxas moderadoras, este Governo enganou os portugueses com uma promessa que não cumpriu: a atribuição de um médico de família a todos os portugueses", apontou a deputada Carla Cruz.


(Des)emprego, pobreza, desigualdades


"Não podemos manter indefinidamente" subsídios de desemprego, defendeu Passos Coelho, admitindo: "Não me vanglorio de pagar menos subsídios de desemprego."

O PS tinha insistido muito neste tema, no tempo deixado para perguntas, na segunda ronda. Pedro Delgado Alves (PS) acusou o Governo de "mentir cirurgicamente" sobre o emprego e as desigualdades. "O Governo mente quando diz que não houve aumento do desemprego e das desigualdades. [...] Ao fim de quatro anos não vale a pena fingir que estes anos não existiram. A página vai virar"

José Junqueiro acusou a equipa de Passos Coelho de insensibilidade social. "O Governo gaba-se de pagar menos subsídios de desemprego, não porque há menos desemprego, mas porque o Governo abandonou as pessoas à sua sorte."

Eurídice Pereira disse mesmo que o país está à beira de uma "bancarrota social", destacando o problema do desemprego que obrigou os jovens a sair do país.


Pobreza


Rita Rato (PCP) considera que a pobreza do país devia fazer Passos Coelho corar de vergonha.
"O primeiro-ministro devia corar de vergonha quando uma em cada 10 crianças está em privação material severa."A deputada comunista criticou os apelos à emigração do Governo, destacando os "jovens que saíram do país" e de que o país sentirá falta nos próximos anos."Os jovens têm o direito de ser felizes no sue país."
 

Classe média


O impacto da austeridade sobre a classe média foi também muito vincado.

"A classe média é um amortecedor das crises. A recuperação da classe média será uma realidade", prometeu o chefe de Governo.


Justiça


Ao colapso do programa informático que suporta os tribunais, o Citius, recordado pela oposição, Passos Coelho centrou-se na reforma em si: "Orgulho-me da maior reforma feita desde o 25 de Abril"

Filipe Neto Brandão (PS) tinha destacado igualmente o encerramento de vários tribunais, para dizer que o legado do Governo nesta matéria é o de "um país desigual" no acesso à Justiça.
 

Cortes na função pública e pensões

O primeiro-ministro insistiu que os cortes são "temporários".

"E é exatamente nesses termos que estão a ser tratados e estão a ser progressivamente removidos"


Promessas

"A minha mais importante promessa foi cumprida: cumprir o memorando de entendimento e livrar Portugal do resgate externo"

Mariana Mortágua (BE) tinha acusado o primeiro-ministro de ter falhado no que prometeu antes de se tornar primeiro-ministro: "Que enorme fraude", afirmou. E deu um exemplo: "Ainda se lembra quando prometeu que o BES não ia ter custos para os contribuintes?"

Jorge Machado (PCP) recordou as declarações de Passos quando se candidatou a primeiro-ministro para dizer que o chefe do Executivo fez "exatamente o contrário" do que prometeu. "Dizia que o país não precisava de mais austeridade. Mas agora diz que existem bolsas de pobreza. O Governo foi o responsável pelo agravamento da pobreza".


Outros temas


Fundos comunitários: Passos Coelho considerou que "este tem sido o Governo mais competente".

Transportes: Referiu que as concessões vão permitir poupanças nas carteiras dos contribuintes.
"Espero que as greves políticas que têm infernizado a vida a muitos portugueses possam terminar quando os processos de concessão estiverem concluídos".

O primeiro-ministro admitiu que ainda há muitos problemas para resolver, mas congratulou-se pelo que foi conhecido. 
 

Leia também:

"As 10 pragas que o PS deixou a Portugal"

"O facto indesmentível", segundo Passos Coelho

Esse "sítio qualquer" que inflamou o debate

#EstadodaNação: todo o balanço

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