Sócrates critica proposta do PSD para privatizar parte da Segurança Social - TVI

Sócrates critica proposta do PSD para privatizar parte da Segurança Social

José Sócrates

Primeiro-ministro diz que se tem assistido «a uma espécie de ajuste de contas» com o «Estado Providência»

Relacionados
O primeiro-ministro, José Sócrates, criticou este sábado a proposta do PSD para privatizar parte da Segurança Social e defendeu um Estado «que não deixa ninguém para trás», noticia a Lusa.

Intervindo no encerramento de um colóquio organizado pela Fundação Res Publica sobre «As soluções do socialismo democrático para a crise económica», no Museu do Bombeiro, em Lisboa, o primeiro-ministro disse que tem «assistido nos últimos tempos a uma espécie de ajustes de contas ao nível europeu e também em Portugal com o Estado Providência» e lamentou que haja quem defenda que «o que condiciona a Europa» e a limita na sua competitividade «seja o facto de termos uma elevada protecção social».

«Vejo isto dito e escrito, que um dos problemas de Portugal é ter aumentado a responsabilidade social do Estado. Com franqueza, o país em que eu acredito é o que tem um Estado que não deixa ninguém ficar para trás», afirmou.

Em seguida, Sócrates fez uma defesa do papel do Estado no desenvolvimento de Portugal actualmente e ao longo da História.

«O Estado Providência deu muito ao nosso país, não é um fardo, é algo que nós construímos em benefício das novas gerações», disse, tendo recebido um dos maiores aplausos ao longo da sua intervenção.

Tentativa de privatizar a «Segurança Social»

Na sessão de encerramento, onde à entrada e à saída Sócrates recusou responder às questões dos jornalistas, estiveram presentes mais de uma centena de pessoas e vários deputados socialistas e membros do Governo, como o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, da Economia, Vieira da Silva, ou a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais.

«O Estado Social que nós construímos nos últimos trinta anos é responsável pelo aumento de bem estar, pela redução das iniquidades e das desigualdades que marcaram o nosso país no século XX», defendeu Sócrates, observando que foi o seu papel que permitiu que muita gente tivesse um acesso à saúde e à educação «que não tinha no passado».

O chefe do Executivo socialista e secretário-geral do PS disse ainda ver «com muita preocupação, na Europa e em Portugal, a tentativa da direita em privatizar a Segurança Social».

Defendendo o pragmatismo na acção política, Sócrates ironizou dizendo que «muitos ganhavam em ter mais realismo e menos ideologia para impor» e criticou directamente o PSD.

«A privatização de uma parte da Segurança Social, tal como é proposta pelo PSD, significaria que todos nós teríamos de financiar o sistema de pensões através da dívida pública, o que nos propõem é que emitamos mais dívida pública nos próximos anos, apenas para satisfazer um ponto de vista programático de um partido político, isso não pode acontecer», defendeu.
Continue a ler esta notícia

Relacionados