Imigrantes mexicanos engaiolados ateiam debate entre Costa e Catarina Martins - TVI

Imigrantes mexicanos engaiolados ateiam debate entre Costa e Catarina Martins

  • 20 jun 2018, 17:04

Líder do Bloco de Esquerda sugeriu que primeiro-ministro chamasse embaixador norte-americano em Lisboa. António Costa ficou-se por considerar "inaceitável e inadmissível" a separação de crianças das suas famílias

O primeiro-ministro considerou esta quarta-feira "inaceitável e inadmissível" a separação de crianças das suas famílias na fronteira dos Estados Unidos, tendo a líder do BE sugerido a António Costa que chamasse o embaixador norte-americano para repudiar estas ações bárbaras.

No debate quinzenal, no parlamento, a coordenadora do BE, Catarina Martins, abriu a sua intervenção considerando que "a separação de famílias nos EUA e o enjaulamento de crianças não podem deixar ninguém indiferente", avisando que "todo o silêncio será cúmplice".

Eu permitia sugerir-lhe, porque Portugal não é cúmplice do atropelo dos direitos humanos, que mandasse chamar o embaixador norte-americano para lhe dar conta do repúdio de Portugal por estas ações bárbaras da administração e também da decisão de abandonar o Conselho do Direitos Humanos da ONU", propôs Catarina Martins a António Costa.

Na resposta, o primeiro-ministro criticou a política de imigração seguida atualmente nos Estados Unidos: "a separação de menores choca qualquer um e é absolutamente inadmissível e nada o pode justificar".

Na opinião de António Costa, "é inaceitável" que situações como estas possam acontecer, "seja na fronteira dos Estados Unidos da América seja em qualquer outra fronteira".

De acordo com dados oficiais, cerca de dois mil menores imigrantes foram separados das famílias na fronteira com o México nas últimas seis semanas, devido à política de "tolerância zero" do Presidente dos EUA, Donald Trump, contra a imigração ilegal que implica tratar como criminosos os que entram no país sem documentos.

A indignação nos Estados Unidos é cada vez maior depois de terem sido divulgadas imagens dos menores imigrantes colocados em armazéns e, nalguns casos, repartidos por celas.

“Política xenófoba e racista”

Em comunicado, o PCP condenou a “política xenófoba e racista” dos Estados Unidos de concentrar imigrantes em campos de detenção e de separar as crianças dos pais, classificando-o como “um bárbaro ato que viola os mais elementares direitos humanos”.

A retenção de imigrantes em campos de detenção nos EUA e, particularmente, a detenção de crianças separadas dos pais, constitui um bárbaro ato que viola os mais elementares direitos humanos e é expressão concreta de uma política xenófoba e racista, que merece a mais viva condenação do PCP, demonstrada na sua coerente e determinada ação na defesa e afirmação dos valores da liberdade e da democracia”, sustenta o PCP em comunicado.

Os comunistas sublinham, contudo, que apesar de ter agora “adquirido maior visibilidade, dimensão e gravidade, em resultado da chamada ‘política de tolerância zero’ da atual Administração norte-americana, a política de detenção de migrantes e de separação de famílias não é exclusiva da Administração Trump, constituindo uma prática inscrita por Administrações anteriores”.

São conhecidos campos e instalações prisionais onde milhares de imigrantes foram detidos, bem como inúmeras denúncias que confirmam o carácter sistémico de uma política de imigração dos EUA profundamente exploradora, discriminatória e desumana, desenhada de acordo com os interesses dos grandes grupos económicos norte-americanos”, lê-se no comunicado.

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