PS cancela comício onde coligação juntou seis mil apoiantes - TVI

PS cancela comício onde coligação juntou seis mil apoiantes

Jantar-comício da coligação Portugal à Frente no Europarque de Santa Maria da Feira [José Cena Goulão\Lusa]

Socialistas garantem que mudança de sítio, com 48 horas de antecedência, nada tem a ver com o número de pessoas que acorreram ao mega-comício do PAF no Europarque, na última sexta-feira, e que a campanha optou por levar o partido para junto da população, ar ao livre. Mas mesmo espaço deixava margem para comparações

A caravana do Partido Socialista cancelou o comício que estava previsto realizar-se no Europarque de Santa Maria da Feira, precisamente onde a coligação Portugal à Frente conseguiu juntar cerca de  seis mil apoiantes. O detalhe não estava ainda na agenda destinada à imprensa. O PS só tinha revelado que ia andar pelo distrito de Aveiro na quarta-feira. 

Mas o centro de congressos recebeu esta segunda-feira de manhã um email do partido a dar conta do cancelamento, segundo confirmou à TVI24 fonte oficial do Europarque.

O deputado do PS Pedro Nuno Santos, cabeça de lista por Aveiro, explicou, entretanto, que a mudança em nada tem a ver com o número de pessoas até porque, para esse dia, dois terços das instalações já estavam ocupados com um congresso de uma seguradora. Para a caravana socialista estava reservado apenas um espaço que daria para mais ou menos 1.500 pessoas. Uma diferença que ficaria, claro, sujeita a interpretações, apesar de os socialistas garantirem que a opção tem em conta a estrutura que vem sendo montada nos comícios noturnos de véspera, grande parte ao ar livre.

"1.500 pessoas é mais ou menos o mesmo número que vamos ter na estrutura que vamos montar no centro da cidade. Se o PS quisesse e conseguisse ter seis mil pessoas, nunca conseguiria [no Europarque] porque dois terços do espaço estão reservados. A questão tem a ver opção que tomámos e com a empresa que fornece a estrutura. É uma opção politica que não tem a ver com o número de pessoas".


Em vez de um jantar-comício, será apenas um comício, à semelhança do que aconteceu noutras localidades, como Évora, Porto e Barcelos. 

Na base da alteração está igualmente, segundo o deputado, o facto de a câmara municipal querer cobrar uma taxa de aluguer de um "espaço público que supostamente devia ser cedido gratuitamente". O PS adianta que pediu um parecer à Comissão Nacional de Eleições, mas a resposta não chegou em tempo útil.

Contra as "especulações" que se fazem sobre o número de apoiantes, Pedro Nuno Santos acabou por dizer ainda que "um exercício giro" era contar as pessoas que estão nos comícios da coligação. "Conseguiu passar a mensagem que têm seis mil pessoas e nunca na vida. Não têm mais de quatro mil", atirou.

Os números que a comunicação social avançou dos seis mil não são difíceis de confirmar: foram servidas refeições e vendidos bilhetes que podem atestar do número de apoiantes que marcaram presença em Santa Maria da Feira, dos 16 concelhos do distrito de Aveiro, e que estava bem identificados por mesas, e pelas camionetas que os levaram ao Europarque.

O dia foi particularmente importante para a coligação e à medida que a direção da volta recebia indicação, nos dias anteriores, de que cada vez mais apoiantes tinham comprado bilhete (cada um custava 10€; 5€ para a JSD) para o comício, Passos Coelho aproveitava o discurso para anunciar que na sexta-feira do Europarque ia ser dado "o tiro de partida" para a segunda fase da campanha, que é a também a última semana antes das eleições. 
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