Abstenção elevada baralhou sondagens - TVI

Abstenção elevada baralhou sondagens

Paulo Rangel na noite das eleições europeias

Especialistas justificam resultados que davam a vitória ao PS

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A elevada abstenção verificada nas europeias de domingo explica o erro nas sondagens, que na sua maioria atribuíram a vitória ao PS, dizem os responsáveis pela elaboração dos diferentes estudos.

A única que esteve perto dos valores finais foi a realizada pela Marktest para o Diário Económico e TSF, que colocou o PSD como partido vencedor, ao atribuir uma vitória com 32,5 por cento, logo seguido do PS com 29,4 por cento, refere a Lusa.

A Eurosondagem, que fez as previsões para a SIC e Expresso, no dia 4 de Maio, dava a vitória ao PS nas eleições europeias, com 36 por cento, seguido pelo PSD com 31,9 por cento.

Por seu lado, o Centro de Sondagens da Universidade Católica (para DN, JN, Antena 1 e RTP1), a Intercampus (para TVI e RCP) e a Aximagem (para o Correio da Manhã) também atribuíram a vitória das eleições europeias ao PS.

Na verdade, o o PSD ganhou as europeias com 31,7 por cento, ficando o PS com 26,6 por cento.

Segundo Rui Oliveira Costa, da Eurosondagem, o «erro» explica-se com a «elevada abstenção, que levou a que grande parte dos inquiridos não fosse votar».

A abstenção penalizou sobretudo o PS já que a intenção de voto dos eleitores falhou «apenas por décimas» no que respeita ao PSD e ao Bloco de Esquerda (BE).

Além da abstenção, Rui Oliveira Costa aponta ainda a hipótese de os votos dos eleitores socialistas se terem dispersado pelos votos brancos, que quase duplicaram, nulos ou em pequenos partidos sem representação parlamentar.

Já Luís Teixeira Queirós, da Marktest, refere que o processo de decisão do eleitorado foi afectado por uma elevada abstenção e pelo «complexo clima de crise económica».

Por seu lado, o politólogo Pedro Magalhães aponta o dedo à abstenção para explicar o problema do erro, mas sublinha que «isto não isenta quem faz sondagens de responsabilidades».

Rui Oliveira Costa admite, a respeito do CDS/PP, que o eleitorado do CDS «se esconda» nas sondagens, para explicar os resultados muito abaixo dos alcançados por este partido de direita.
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