PSD chama ministra para saber “o que foi feito” quanto ao SIRESP - TVI

PSD chama ministra para saber “o que foi feito” quanto ao SIRESP

  • SS/ AR - notícia atualizada às 19:40
  • 17 jul 2017, 13:40

O PSD exigiu esta segunda-feira a presença da ministra da Administração Interna no Parlamento "com a máxima urgência" para explicar "o que foi feito" para colmatar as falhas verificadas no incêndio de Pedrógão Grande, perante novos problemas detetados em Alijó

O PSD exigiu esta segunda-feira a presença da ministra da Administração Interna no Parlamento "com a máxima urgência" para explicar "o que foi feito" para colmatar as falhas verificadas no incêndio de Pedrógão Grande, perante novos problemas detetados em Alijó.

Um mês depois, o PSD quer saber o que é que o Governo fez para colmatar lacunas na prevenção e combate aos incêndios florestais", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD Carlos Abreu Amorim, exigindo explicações de Constança Urbano de Sousa sobre o que foi feito "para tranquilizar as populações" e para que "os apoios sociais e a ajuda necessários" cheguem às populações afetadas.

Em conferência de imprensa, no Parlamento, Abreu Amorim acrescentou que o PSD teme "que tenha sido feito muito pouca coisa perante as falhas" detetadas no domingo no Sistema Integrado de Redes de Emergência de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) no incêndio de Alijó (Vila Real).

No dia em que se assinala um mês sobre a tragédia dos incêndios da zona centro, que fizeram 64 mortos e mais de 200 feridos, o PSD acusou o Governo de "incúria, desleixo e irresponsabilidade".

Um mês depois, e num incêndio de grandes proporções, algumas dessas falhas manifestaram-se novamente, designadamente com o SIRESP", criticou o vice-presidente da bancada do PSD, considerando que "grande parte dos problemas, das falhas e das trapalhadas" que aconteceram nos incêndios de há um mês não foram nem afastadas, nem resolvidas.

Para os sociais-democratas, a ministra da Administração Interna "tem de dar explicações, em primeiro lugar porque ainda é titular responsável da pasta que diretamente se relaciona com incêndios e, em segundo lugar, porque é a ela que cabe resolver problemas que já foram diagnosticados", numa referência ao SIRESP.

"Não vale a pena repousar e adormecer perante problemas que já sabemos que existem", alertou, dizendo que este pedido de explicações não colide com o trabalho que começou a ser feito pela Comissão Técnica Independente proposta pelo PSD.

Há problemas que todos nós sabemos que aconteceram, não vale a pena continuar a dizer que o SIRESP não falhou. Não funcionou há um mês, com resultados dramáticos, e agora um mês depois continua a não funcionar. Porque é que continua sem dar conta do recado", questionou.

Depois da audição de Constança Urbano de Sousa, que o PSD espera que aconteça "o mais brevemente possível", os sociais-democratas não excluem outros pedidos de audições, considerando que o aproximar da paragem dos trabalhos parlamentares - o último plenário está marcado para quarta-feira - "não pode servir como pretexto".

O vice-presidente da bancada do PSD lamentou ainda que dos 13,5 milhões de euros recolhidos pela sociedade civil "tão pouco" esteja a chegar às vítimas da tragédia.

A nossa sociedade civil é muito melhor e é muito mais eficaz que o Governo. Temos um Governo muito mais pequeno que a sociedade civil portuguesa", lamentou.

Carlos Abreu Amorim apelou ainda que os diplomas apresentados pelo PSD, que preveem mecanismos rápidos de reparação aos herdeiros dos mortos e feridos graves, mereçam uma "maioria alargada" e sejam aprovados na próxima quarta-feira.

"Se não criarmos este mecanismo extrajudicial, os herdeiros dos mortos e feridos graves vão estar cerca de uma década à espera das indemnizações", alertou.

Cristas acusa Governo de "incompetência"

Na mesma linha, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, acusou o Governo de incompetência na gestão dos incêndios, apontado falhas que foram reiteradas no SIRESP e o atraso na chegada das doações solidárias às populações.

Um mês depois da tragédia de Pedrógão, o que nós vemos é um Governo incompetente, que não assume a sua responsabilidade, é uma ministra da Administração Interna que não é capaz de evitar novas falhas no SIRESP [Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal]", afirmou Assunção Cristas.

A líder centrista afirmou que num incêndio em Alijó, que deflagrou no domingo, o sistema voltou a falhar e, por outro lado, apontou falhas na "chegada das ajudas, do dinheiro que solidariamente foi dado por todos os portugueses, às populações".

Hoje passou um mês e ainda não chegou dinheiro nenhum", declarou aos jornalistas antes de uma visita ao Centro Social da Musgueira, em Lisboa, na qualidade de candidata à Câmara de Lisboa.

Bloco de Esquerda questiona Governo 

O Bloco de Esquerda também aponta o dedo ao Governo e questionou esta segunda-feira o Executivo sobre novas falhas no sistema SIRESP.

Confirma o Governo as falhas do sistema SIRESP, reportadas pelas autoridades no local, no incêndio deste fim de semana no concelho de Alijó?”, perguntaram os deputados do Bloco, querendo também saber o tipo de falhas e quanto tempo duraram, que consequências tiveram e que medidas pensa o Governo tomar “para resolver as sucessivas falhas de comunicações da rede SIRESP”.

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu esta segunda-feira que as falhas "inadmissíveis" na rede SIRESP serão corrigidas e rejeitou que só agora tenham sido descobertos problemas.

Também esta segunda-feira, a Proteção Civil garantiu que as comunicações SIRESP no incêndio do concelho de Alijó “nunca estiveram comprometidas”, acrescentando que algumas das “intermitências pontuais” registadas no domingo nesta rede são comuns nos fogos de grande dimensão. Durante o combate ao incêndio de Alijó, no domingo, uma estação móvel teve de ser enviada para o local para reforçar as comunicações.

Diz o Bloco sobre a matéria que à rede SIRESP “têm sido reportadas falhas desde a sua implementação, em 2005” e que são “múltiplos e distribuídos no tempo e no espaço os relatos das populações, mas também de autoridades, de falhas do SIRESP, muitas das quais com consequências no teatro das operações”.

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