Apreciação do PCP sobre Carris "é só um debate" - TVI

Apreciação do PCP sobre Carris "é só um debate"

Fernando Medina

Presidente da Câmara de Lisboa diz que a apreciação parlamentar do diploma sobre a municipalização da empresa, requerida pelos comunistas, é “só um diálogo”, que será travado com confiança e convergência entre parceiros

O presidente da Câmara de Lisboa considerou esta segunda-feira que a apreciação parlamentar do diploma que transfere a Carris para o município, requerida pelo PCP, é “só um debate, um diálogo”, que será travado com confiança e convergência entre parceiros.

“Estou profundamente convicto de que esta é a melhor solução. É a solução que está em vigor e que irá estar em vigor no resto do país: os municípios deterem a gestão dos sistemas de transporte rodoviário. Há naturalmente um diálogo a ter e que deve ser tido com normalidade e tranquilidade e também com um aspeto: com a confiança entre parceiros que também tiveram uma batalha em comum pela defesa do transporte público”, disse Fernando Medina.

O autarca destacou a “convergência” com o PCP em relação ao fundamental: o transporte público e o seu desenvolvimento. “Ninguém entenderia, aliás, que quem se bateu tanto pela defesa do transporte público depois não se entendesse sobre a forma da concretização desse direito ao transporte público. Por isso, aguardo com toda a serenidade o desenvolvimento desse diálogo entre partidos, agora fora da esfera da Câmara”, frisou o autarca.

Para Fernando Medina, que falava aos jornalistas à margem da inauguração de um mural de homenagem ao arquiteto Nuno Teotónio Pereira, na freguesia de Alvalade, a apreciação parlamentar “é só um debate, um diálogo que se irá travar com normalidade, com serenidade e com a compreensão sempre mútua de que há uma convergência sobre um aspeto de fundo que é o transporte público”.

O PCP reiterou esta segunda-feira que ainda vai decidir, até ao debate da apreciação parlamentar que requereu à municipalização da Carris, se apresenta propostas de alteração ou avança para a eliminação do diploma do Governo socialista.

“Acho que com toda a naturalidade, com toda a serenidade, poderá ser feito o debate relativamente ao decreto, à forma, até precisar e explicitar melhor algumas opções do decreto, que são, aliás, opções gerais no país, como o facto de os sistemas serem municipalizados, como é o que acontece na generalidade do país e vai acontecer até 2019 em todo o país. E, por isso, encaro com tranquilidade e serenidade esse pedido”, sublinhou Fernando Medina.

O presidente do município de Lisboa “não crê” que esta iniciativa do PCP venha a representar para o Governo uma situação idêntica à da TSU, e recorda que, relativamente ao transporte público, há, "desde há muito tempo", uma convergência na cidade de Lisboa dos partidos à esquerda, a qual permitiu “travar a concessão” da empresa a privados, o que iria trazer “grave prejuízo” do transporte e do serviço público às populações.

“A convergência na ideia de que devemos ter mais transporte público, mais acessível a todos, mais alargado e o transporte público como espinha dorsal do sistema de mobilidade. E isso é um ponto importante de opinião comum que uniu o Partido Socialista, o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda, outras forças progressistas na cidade, e creio que essa é a base fundamental de tudo que não deixará de estar sempre presente em todos os momentos e em todas as avaliações”, vincou Medina.

O autarca de Lisboa acrescentou que “não confunde” a convergência no fundamental com o PCP - o transporte público, o seu desenvolvimento e o seu alargamento no futuro - com aquilo que classificou de diferenças relativamente a aspetos de “segunda ordem” sobre esta matéria.

O presidente da Câmara de Lisboa salientou que na quarta-feira a gestão da Carris passará para o município.

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