Medina diz que as suas críticas se circunscrevem às chefias regionais - TVI

Medina diz que as suas críticas se circunscrevem às chefias regionais

  • .
  • PP (atualizado às 17:58)
  • 1 jul 2020, 16:10
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina

Mas autarca ressalvou também que "calores na casa dos 300 ou mais casos, diariamente, não nos tranquilizam mesmo numa situação de estabilidade"

O presidente da Câmara de Lisboa esclareceu que as suas críticas à atuação das autoridades de saúde no combate à covid-19 visaram "específica e circunscritamente" as chefias regionais e a equipa que está no terreno na Grande Lisboa.

"Eu fui muito claro nas declarações que fiz. Referi-me específica e circunscritamente às chefias de âmbito regional e à equipa que está hoje no terreno, de âmbito regional", ilustrou Fernando Medina numa entrevista ao podcast do PS "Política com Palavra", que será divulgada na quinta-feira.

O autarca de Lisboa concretizou, deste modo, os alvos diretos das acusações que fez às autoridades de saúde, no seu habitual espaço de comentário político na TVI24, no âmbito do combate à pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo.

"Com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra”, afirmou.

“É uma nota direta a todos os responsáveis relativamente a esta matéria, que é preciso agir rápido. Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, prosseguiu Medina na TVI24 na segunda-feira.

No podcast socialista, o autarca e presidente da câmara e da Área Metropolitana de Lisboa manteve as críticas, mas circunscreveu-as às autoridades regionais de saúde.

Medina deu a entrevista antes de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter reagido às críticas às autoridades sanitárias, numa sessão no Infarmed ao princípio da noite de terça-feira.

Marta Temido defendeu que o Ministério que tutela não se pode deixar capturar pela “critica fácil” e pela “má-língua”, afirmando que o que a preocupa é quebrar as cadeias de transmissão da doença.

Já na entrevista ao podcast "Política com Palavra", o autarca de Lisboa voltou a sugerir a substituição das chefias de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, se não forem capazes de controlar a situação pandémica na sua área de atuação.

"Eu acho que, na dimensão da estrutura da resposta da Saúde de Lisboa, é evidente para mim que ou há capacidade de demonstrar uma ação mais eficaz ou é necessário uma rápida adaptação das chefias e também da dimensão dos recursos que estão ao dispor", vincou.

Fernando Medina justificou que "a nível nacional não há outra região que levante o conjunto de preocupações que hoje sobre a região de Lisboa se levantam", o que impõe que se encare a situação "com muita firmeza e muita determinação".

"Valores na casa dos 300 ou mais casos, diariamente, não nos tranquilizam mesmo numa situação de estabilidade", salientou, considerando que "não é um bom argumento" o de que Lisboa tem menos de metade dos casos que a região Norte registou quando atravessou o pico da pandemia.

Covid-19: CDS quer ouvir Medina na AR e critica falta de coordenação política

O CDS-PP anunciou, entretanto, um requerimento para ouvir no parlamento o presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina, e o coordenador da região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro, criticando o “descontrolo na coordenação política”.

Na interpelação ao Governo marcada hoje pelo BE sobre "a resposta à covid-19 na Grande Lisboa nos transportes e na habitação", no período de pedidos de esclarecimento ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, o deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira questionou “quem é que coordena” todas as pessoas envolvidas na resposta à pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Aquilo que vamos assistindo todos os dias é que há falta de coordenação política. O CDS entregará ainda hoje um requerimento para ouvir o senhor coordenador da região de Lisboa e Vale do Tejo [o secretário de Estado Duarte Cordeiro] e para ouvir o senhor presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina. É urgente ter organização, competência e responsabilidade”, defendeu o centrista.

Antes, Pedro Nuno Santos defendeu que todos estão preocupados com a situação, mas contrapôs as críticas aos números que são utilizados em relação à lotação dos transportes públicos.

“Quando nós falamos de médias é de horas de ponta dos comboios que vão num sentido com carga. As médias não são calculadas por membros do Governo mas pela CP e pela IP. Não somos nós que as inventamos”, garantiu.

O governante assegurou que não vai “fugir aos números”, assumindo que “a situação é muito grave”, mas que será possível resolver “com algumas das medidas que aqui foram apresentadas”, como por exemplo o desdobramento da Linha de Sintra com autocarros.

Continue a ler esta notícia