Dados de manifestantes: Medina pede desculpas e diz que foi "erro lamentável" - TVI

Dados de manifestantes: Medina pede desculpas e diz que foi "erro lamentável"

Autarca diz estar disponível para ir dar mais explicações na Assembleia da República

Fernando Medina afirma que a partilha de dados pessoais de manifestantes anti-Putin com a embaixada "é um erro que não devia ter acontecido" e fez um pedido de desculpas.

Eu quero fazer aqui, através da comunicação social, um pedido de desculpas público aos promotores da manifestação em defesa dos direitos de Navalny, da mesma forma que já o fiz pessoalmente à promotora da manifestação. E quero pedir desculpa por um erro, a todos os títulos, lamentável", começou por diser Fernando Medina.

Ao mesmo tempo, o autarca disse estar disponível para ir dar explicações sobre o caso na Assembleia da República.

Terei todo o gosto em ir à audição do Parlamento discutir este tema, discutir, aliás, discutir os desenvolvimentos da lei da manifestação e esclarecer aquilo que estou hoje a esclarecer, ou seja, assumir que aquilo que aconteceu não podia ter acontecido, não devia ter acontecido. Levo muito a sério isto que aconteceu, levo muito a sério a preservação da integralidade do direito à manifestação e ao pronunciamento público em liberdade. Isso é algo que tem de ser garantido a todos os cidadãos", explicou o autarca.

Sobre o pedido de demissão feito por Carlos Moedas, o autarca afirmou que não passa de um "aproveitamento político".

Esta manhã, a Câmara Municipal de Lisboa (CML), já tinha reagido ao caso através de um comunicado em que confirmava a transmissão de dados, mas rejeitava qualquer tipo de "acusações e insinuações de cumplicidade com o regime russo".

Recorde-se que o Expresso e o Observador avançaram, na quarta-feira, que a Câmara de Lisboa fez chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três manifestantes russos que, em janeiro, participaram num protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor daquele Governo.

Para realizarem o protesto, três organizadores tiveram de mandar os seus dados para a Câmara de Lisboa, que depois os remeteu para a embaixada russa em Lisboa e para o Ministério dos Negócios Estrangeiros russos.

Ksenia Ashrafullina, uma das organizadoras, contou ao Observador que percebeu que os seus dados tinham sido partilhados através de uma troca de emails com a autarquia, nos quais estavam incluídos endereços eletrónicos da embaixada russa em Lisboa e para o Ministério dos Negócios Estrangeiros russos.

Confrontada com isso, a Câmara respondeu-lhe que pediu a essas entidades que apagassem os dados.

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