Nobre diz que Cavaco destruiu pescas

O candidato presidencial Fernando Nobre criticou este sábado o seu adversário Cavaco Silva de ter «destruído» a pesca portuguesa quando era primeiro-ministro e vir agora defender a existência de um ministério do mar, escreve a Lusa.

Em declarações aos jornalistas após uma visita ao mercado municipal da Guarda, Fernando Nobre afirmou que «quando foi primeiro-ministro, [Cavaco Silva] teve um Ministério do Mar que destruiu grande parte da frota pesqueira portuguesa, um sector primário essencial para o país».

O candidato criticou a «incoerência» tanto de Cavaco como de Manuel Alegre e disse ainda que a criação de ministérios é uma competência dos governos e não do Presidente da República, como diz «a Constituição que [Cavaco Silva] diz conhecer tão bem».

Nobre disse ainda que se Cavaco fosse realmente um «homem do povo», como disse na sexta-feira, «preocupava-se com as suas pescas, as suas indústrias e as reformas de miséria que estrangulam centenas de milhares de pessoas».

Sobretudo, não tinha deixado passar um «Orçamento de Estado que ainda este mês estrangulará ainda mais centenas de milhares de portugueses».

Quanto a Manuel Alegre, a incoerência está em «abraçar o primeiro-ministro José Sócrates e defender o Estado Social» quando «há dois anos acusou o mesmo primeiro-ministro de estar a destruir o Estado Social».

«É dessas incoerências que o povo português está farto», disse o candidato, acrescentando que «as palavras e a retórica só por si não chegam».

Alegada falta de cobertura da campanha

Fernando Nobre protestou também, este sábado, contra a alegada falta de cobertura da sua campanha no semanário Expresso, considerando que mostra que querem «silenciar» a sua candidatura presidencial, o que motivará uma queixa forma na Comissão Nacional de Eleições.

Fonte da candidatura disse aos jornalistas que Fernando Nobre vai apresentar uma queixa formal na Comissão Nacional de Eleições. «Como é que isto é possível? Isto é intolerável», exclamou o candidato perante algumas dezenas de apoiantes num comício na Guarda.

Fernando Nobre apontou que na edição desta semana do Expresso «há reportagens e fotografias de página inteira sobre outros candidatos e não há uma palavra, uma mini-foto» da sua campanha. «Isto é um facto político que demonstra que esta é a candidatura que é preciso silenciar, a única que incomoda o sistema», declarou.