Aguiar Branco lamenta que Governo «não ouça o PSD» - TVI

Aguiar Branco lamenta que Governo «não ouça o PSD»

José Pedro Aguiar-Branco

A acusação de insensibilidade social foi feita pelo ministro da Presidência à presidente do PSD

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O vice-presidente do PSD Aguiar Branco retribuiu esta quinta-feira ao Governo a acusação de insensibilidade social feita à presidente social-democrata, Manuela Ferreira Leite, e reiterou a oposição do seu partido a medidas que causem «mais endividamento», avança a Lusa.

A acusação de insensibilidade social à presidente do PSD foi feita esta quinta-feira pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, em reacção à posição crítica de Manuela Ferreira Leite quanto à criação de uma moratória destinada a desempregados com prestações de crédito à habitação.

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, José Pedro Aguiar Branco reiterou essa posição crítica por parte do PSD, considerando que «insensibilidade social é juntar mais endividamento ao grave endividamento que já existe por parte das famílias portuguesas».

«Nós lamentamos que mais uma vez o Governo não oiça o PSD. Lamentamos que continue numa estratégia de ilusão em relação aos portugueses», disse o dirigente social-democrata, em resposta às palavras do ministro da Presidência.

«Insensibilidade social é o Governo persistir nas mega obras infra-estruturais. Insensibilidade social é persistir na construção de uma terceira via de auto-estrada Lisboa-Porto. Insensibilidade social é não aplicar esse dinheiro para pagar às pequenas e médias empresas (PME) aquilo de que precisam para manter o emprego» acrescentou.

Devolvendo a acusação ao Governo, Aguiar Branco disse ainda que «insensibilidade social é persistir em não diminuir a taxa social única» e «não fazer o alargamento do subsídio de desemprego».

Desempregados com desconto na prestação da casa

No final da reunião do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira acusou a presidente do PSD de demonstrar «uma chocante insensibilidade social ao colocar-se contra aquilo que é manifestamente uma medida que se destina a ajudar as famílias atingidas pelo drama do desemprego».

A medida, anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, durante o debate quinzenal no Parlamento, consiste numa redução de 50 por cento da prestação do crédito à habitação durante um prazo de até dois anos, podendo ser requerida até ao final do corrente ano.

Esta quinta-feira, em Bruxelas, Manuela Ferreira Leite considerou que a moratória «pode criar problemas às famílias muito mais graves do que aqueles com que se debatem hoje» e advertiu para a possibilidade de ter um impacto «bastante negativo se, por exemplo, as famílias tiverem que obrigatoriamente devolver esse dinheiro daqui a dois anos».

Na quarta-feira, durante o debate quinzenal, o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, já tinha contestado a medida, dizendo que o Governo «vem resolver um problema criando mais dívidas para as famílias, mais uma linha de crédito».

«As famílias já estão atoladas em dívidas e a solução que o Governo lhes oferece é aumentar essas dívidas», criticou Paulo Rangel.
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