OE suplementar «é prova de que PSD teve razão no momento certo» - TVI

OE suplementar «é prova de que PSD teve razão no momento certo»

Manuela Ferreira Leite

«Não existe na História da democracia exemplo de um Orçamento [de Estado] que tenha durado tão pouco», diz Ferreira Leite

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A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou sexta-feira que a aprovação de um Orçamento Suplementar pelo Governo é a prova de que «o PSD teve razão no momento certo».

«É extraordinário que no dia 16 de Janeiro, hoje, o Governo apresente um Orçamento rectificativo a algo que aprovou há 15 dias. O engenheiro Sócrates orgulhava-se imenso pelo facto de, durante o seu reinado, nunca ter feito um. Pois acho que agora tem um novo motivo de orgulho: Não existe na História da democracia exemplo de um Orçamento [de Estado] que tenha durado tão pouco», afirmou, num jantar-comício realizado no Europarque, Santa Maria da Feira.

Para a líder do PSD, «isto só prova que o PSD tinha razão e teve razão no momento certo. E em política isto faz toda a diferença. Os portugueses estão agora a perceber, infelizmente à sua custa, que a arrogância do engenheiro José Sócrates lhes trouxe um futuro muito mau. Se ele tivesse dado ouvidos ao PSD e agido com a humildade que as circunstâncias impunham, a situação do País seria bem melhor hoje», acrescentou.

O PSD remeteu para este sábado uma posição sobre o conteúdo técnico do Orçamento Suplementar aprovado sexta-feira em Conselho de Ministros Extraordinário.

O Orçamento Suplementar prevê um défice de 3,9 por cento em 2009 - superior ao limite de 3 por cento do Pacto de Estabilidade e Crescimento - corrigindo em alta a estimativa de 2,2 por cento constante no Orçamento.

Manuela Ferreira Leite considerou que José Sócrates «fingiu que não ouviu» os alertas do PSD e «ousou mesmo, em alguns casos, denegrir as nossas preocupações».

«De nada lhe serviu virar as costas à evidência do nosso discurso, porque a realidade dos factos foi duríssima e está presente a toda a hora para os portugueses. Semana após semana, dia após dia, assistimos ao remendar atabalhoado das medidas do Governo, às piruetas dos seus discursos e à desesperada tentativa de camuflar a sua irresponsabilidade e incompetência», afirmou a presidente do PSD.

Coragem para criticar os grandes investimentos públicos

Ferreira Leite reafirmou ter tido «a coragem de falar do que era o desastre para o País dos mega-investimentos que o engenheiro José Sócrates defendia».

«Não foi um discurso fácil mas foi de verdade e antecipou o que neste momento se está a passar. Um dos grandes problemas do País é o seu profundo endividamento. Temos de estar conscientes de que o investimento público é bom desde que as importações que temos de fazer para o realizar não sejam de tal forma grandes que nos endividamos mais», afirmou.

A líder social-democrata afirmou que «no TGV não há uma única componente fabricada em Portugal, logo vai importar-se tudo da França, Alemanha, não sei».

«A mão-de-obra necessária também não existe em Portugal, tem de ser importada. Ou seja, se fizéssemos o TGV ficaríamos numa situação bem mais gravosa do que aquela em que já estamos. Isto para não falar sobre quem é que o mantém a funcionar. Ele só é rentável se tiver um tráfego semelhante à saída de um avião de Lisboa para Madrid de sete em sete minutos», acrescentou, classificando o projecto como uma «loucura».

Ferreira Leite reafirmou ainda que o primeiro-ministro «está a aproveitar a crise para fugir aos resultados de uma legislatura desastrosa» mas considerou que «não adianta ao engenheiro José Sócrates falar alto ou tentar intimidar».

Caso as políticas do Governo não sejam mudadas, «a crise continuará cá por muitos anos, mesmo depois de ter desaparecido nos outros países».
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