Queiroz Pereira: «É verdade, financiei a campanha de Cavaco» - TVI

Queiroz Pereira: «É verdade, financiei a campanha de Cavaco»

Pedro Queiroz Pereira ouvido no Parlamento [Lusa/Mário Cruz]

Presidente da Semapa, que fez parte do Grupo Espírito Santo admite que o fez, a título individual, e porque «a lei o permite». Foi a resposta que deu a um deputado do PS que, na comissão de inquérito ao BES, aproveitou para tentar confirmar a notícia

Pedro Queiroz Pereira admitiu, esta quarta-feira, que financiou a campanha de Cavaco Silva. Foi questionado pelo deputado do PS, Paulo Campos, que durante a comissão de inquérito ao BES passou os olhos pelas notícias, na Internet, e viu que Salgado e outros elementos do Grupo Espírito Santo, entre os quais o presidente da Semapa, deram valores consideráveis ao atual Presidente da República, na campanha para as presidenciais. 

«É verdade, eu financiei o senhor Presidente da República, na medida em que a lei me permite e fi-lo individualmente nos limites da lei e julgo que isso até figura no site da Presidência da República»


Foi, de seguida, corrigido, uma vez que esses dados encontram-se, sim, no Tribunal Constitucional, onde o «Diário de Notícias» os foi encontrar. «Pois, eu vi isso num site qualquer», rematou Pedro Queiroz Pereira.

Só Ricardo Salgado contribuiu com 25.560 euros para a campanha das presidenciais de 2011, o donativo máximo permitido por lei. Um donativo que é, de resto, idêntico ao que o banqueiro tinha concedido, em 2006, também à campanha de Cavaco Silva, na altura cerca de 22.500 euros. 

Nessas duas ocasiões, o ex-presidente do BES Pedro Queiroz Pereira não foram os únicos do universo do Grupo Espírito Santo a financiar a campanha do atual chefe de Estado português. Amílcar Morais Pires, Joaquim Goes, António Ricciardi e José Manuel Espírito Santo Silva também fizeram donativos na ordem dos 25 mil euros. Sobre o valor em causa, o presidente da Semapa não falou. No total, Cavaco Silva recebeu 1,5 milhões de euros de donativos.

Na terceira ronda de perguntas, na comissão de inquérito em que revelou a sua versão sobre a crise no GES e no BES, disse que «nada se fazia sem Salgado» e que os problemas no grupo já vinham de há muito, desde o início do século e que ele tinha de conhecer a ocultação de dívida em relação à qual quis, na sua audição de ontem, atirar as culpas para o contabilista do grupo.  Francisco Machado da Cruz telefonou ao presidente da comissão de inquérito a dizer que quer contar a sua versão.

Queiroz Pereira foi ainda mais longe, na acusação ao ex-presidente do BES: «O Dr. Ricardo Salgado, pá. mão lida maravilhosamente com a verdade»
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