Louçã acusa Cavaco: «Esqueceu-se de dizer que comprou e vendeu ao dono do BPN»

O caso BPN surgiu esta terça-feira na campanha eleitoral para a Presidência da República e os opositores de Cavaco Silva não pretendem largar o tema. Depois de Francisco Lopes ter acusado o outro candidato de envolvimento no processo, agora é Francisco Louçã a ir ainda mais longe, recuperando a dúvida sobre as acções da SLN que Cavaco deteve no passado.

Numa mensagem colocada na sua conta de Facebook, o líder do Bloco de Esquerda foi objectivo na acusação: «Nunca comprei nem vendi nada ao BPN, diz Cavaco Silva. Esqueceu-se de dizer que comprou e vendeu ao dono do BPN. E com uma mais-valia assinalável, determinada por um favor contratual de Dias Loureiro ou de Oliveira e Costa, seus ex-ministro e ex-secretário de Estado».

Louçã referia-se às declarações do actual Presidente da República proferidas à TVI logo após o debate com Francisco Lopes.

O líder do Bloco assenta a sua argumentação nas «105.378 acções da Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN, compradas a um euro cada por Cavaco Silva» e que foram vendidas «a 17 de Dezembro de 2003, por 2,5 euros, com um lucro de 147.500 euros». «As acções estavam depositadas na conta 6196171, do próprio Cavaco Silva, no BPN», relembra.

Mais tarde, também o deputado João Semedo acusou Cavaco de ter dado uma «resposta habilidosa» no final do debate.

«O que é importante sublinhar é que Cavaco Silva pretende enganar-nos com a verdade, é uma resposta manhosa, porque a verdade é que Cavaco Silva beneficiou deste sistema pouco transparente de compra e venda de acções», disse à Lusa.