Governo garante que não vão encerrar maternidades nos meses de verão - TVI

Governo garante que não vão encerrar maternidades nos meses de verão

  • CE
  • 21 jun 2019, 12:28

Garantia foi assegurada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde

O Gabinete de Marta Temido enviou, na quinta-feira, uma nota à comunicação social na qual concluiu que, embora os serviços de urgência encerrassem à vez, nenhuma maternidade fecharia na totalidade. 

Esta manhã, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, salientou, no Parlamento, que não está previsto o encerramento de maternidades em Lisboa e apontou que está a ser estudado o encaminhamento de grávidas pelo INEM no verão.

Não vão encerrar maternidades em Lisboa nos próximos meses. O que está a ser estudado pela Administração Regional de Saúde, em colaboração com esses quatro hospitais, é a forma como, ao longo destes meses de verão, o INEM vai encaminhar as grávidas, através do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], para esses hospitais”

O governante reconheceu que “há dificuldades, como sempre houve”, e notou que o Governo pretende criar “uma lógica colaborativa no âmbito da urgência metropolitana de Lisboa, garantindo pelo menos três dessas quatro maternidades estarão sempre em funcionamento pleno”, não especificando quais.

Quanto à “outra maternidade estará a funcionar apenas com níveis mínimos de urgência externa”.

Tudo isso está exatamente a ser trabalhado para não haver surpresas e será comunicado em devido tempo quando isso acontecer, para que não haja surpresas e se garanta, exatamente, esse nível de excelência a que estamos habituados”, salientou.

O Ministério da Saúde confirmou, no entanto, o fecho rotativo de uma das urgências das quatro maiores maternidades de Lisboa - maternidades Alfredo da Costa, do Hospital de Santa Maria, do São Francisco Xavier e do Amadora-Sintra - entre a última semana de julho e até ao final de setembro.

A cada semana, uma destas unidades encerra o serviço de urgência de obstetrícia e reencaminha para os outros hospitais de referência.

As utentes grávidas terão garantidas todas as respostas de que necessitam, cabendo à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo informar com a devida antecedência sobre as medidas que venham a ser decididas.

Segundo o Ministério da Saúde, as medidas de gestão de recursos a ser estudadas, referem-se apenas ao encaminhamento de doentes pelo INEM. Estão ainda garantidos os serviços de urgência externa de três das quatro maternidades abrangidas e apenas durante o período do verão.

O Governo sublinha ainda que esta é uma situação que ocorre à semelhança de anos anteriores.

A Ordem dos Médicos já criticou a solução e garante que não vai resolver o problema crónico de falta de especialistas nos hospitais e que o apoio a grávidas e recém nascidos pode ficar em causa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na quinta-feira esperar que o eventual fecho rotativo de urgências de obstetrícia em Lisboa seja "devidamente esclarecido e explicado", para "serenar os espíritos das pessoas".

PSD requer audições da ministra da Saúde e do bastonário dos médicos

O PSD requereu, esta sexta-feira, as audições da ministra da Saúde, do bastonário da Ordem dos Médicos e do presidente da Administração Regional de Saúde para esclarecimentos sobre o "contexto e efeitos" do encerramento rotativo de urgências de obstetrícia.

O PSD “considera absolutamente imperioso esclarecer exatamente o contexto e os efeitos desta decisão" e requer as audições parlamentares. 

No documento, os deputados do PSD Adão Silva, Ricardo Batista Leite e Luís Vales sublinharam que a decisão do Governo “podia e devia” ter sido comunicada pela ministra da tutela na audição parlamentar que decorreu na quarta-feira passada.

A ministra não fez qualquer referência a esta matéria, escondendo, deliberadamente, uma decisão consabidamente geradora de alarme social”, refere o requerimento.

A falta de médicos especialistas “não é nova ou inesperada” sem que “o Governo a tenha resolvido, com risco para a saúde das mulheres grávidas e crianças”, acrescenta.

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