Covid-19: CDS pede ao Governo "sensibilidade, humanidade e bom senso" nas medidas para o Natal - TVI

Covid-19: CDS pede ao Governo "sensibilidade, humanidade e bom senso" nas medidas para o Natal

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  • 2 dez 2020, 19:47
Francisco Rodrigues dos Santos

Líder centrista aponta ainda que “a ausência de uma plano de vacinação é o sinal exterior mais grave de desnorte deste Governo”.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu hesta quarta-feira ao Governo que tenha “sensibilidade, humanidade e bom senso” na definição das medidas para controlo da pandemia que vão estar em vigor no Natal.

Eu acho que o Natal é uma quadra importantíssima do ponto de vista familiar, sendo a família a célula fundamental da nossa sociedade, e também religioso. Para muitas famílias, pode ser o último Natal que passarão juntas, portanto o Governo tem que ter muita sensibilidade, humanidade e bom senso na forma como vai preparar essas medidas”, defendeu o líder centrista.

Francisco Rodrigues dos Santos, que falava à agência Lusa no final de uma reunião com a Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, pediu ao executivo de António Costa que dialogue “com a oposição, para que os partidos com representação parlamentar consigam compreender a lógica que está por trás” das medidas e instou a um “espírito de unidade nacional, que passa por uma comunicação acima de qualquer dúvida e de qualquer suspeita”.

“As medidas têm de ser, de facto, eficazes, fundamentadas do ponto de vista científico, com a máxima razoabilidade, justiça e bom senso, caso contrário vamos ter fraturas sociais, vamos ter uma contestação maior nas ruas, e um sentimento de injustiça a pairar sobre a generalidade dos portugueses, e isso é tudo aquilo que queremos evitar”, alertou.

O líder democrata-cristão salientou que “é importante que os portugueses compreendam que são estritamente necessárias” as restrições que possam vir a ser implementadas, “e que são sacrifícios e esforços que vão valer a pena atendendo a um contexto de coesão nacional” e para salvar vidas.

“Existe na sociedade uma grande fadiga e desconfiança sobre a comunicação do Governo e a razoabilidade das medidas que têm que, de uma vez por todas, ser dissipadas, sob pena de termos portugueses contra portugueses”, defendeu.

O líder centrista pediu “toda a transparência ao Governo” e reiterou que “o CDS quer perceber quais são estas medidas” antes da votação de uma eventual renovação do estado de emergência, porque recusa “passar cheques em branco ao Governo”.

Estamos ao lado do Presidente da República sobre a necessidade de haver um estado de emergência para aplicar medidas que consigam achatar a curva dos contágios, mas não podemos estar ao lado de um Governo que oculta da oposição as medidas que vai tomar”, atirou, salientando que “os partidos políticos não podem subscrever algo vazio e que desconhecem”.

Na ótica de Rodrigues dos Santos, “é fundamental perceber qual é a racionalidade dessas medidas, e a sua fundamentação científica”, sobretudo “quando este Governo já mostrou que está desnorteado, fica sempre a meio da ponte entre as medidas que toma e as que deveria tomar, e cuja eficácia das medidas é bastante discutível”.

“Este Governo está constantemente atrasado no ataque à pandemia, tem sido muito incompetente a comunicar, com várias contradições, não consegue compensar os setores mais afetados, como se viu por exemplo o caso da restauração, e continua a perder a confiança dos portugueses, que é essencial para combater esta pandemia”, criticou igualmente.

CDS defende plano de vacinação “credível, responsável” e que “dê segurança” aos portugueses

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu esta quarta-feira que o plano nacional de vacinação contra a covid-19, que será conhecido na quinta-feira, deve ser “credível, responsável” e deve dar “segurança” aos portugueses.

Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião com a Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, o líder centrista começou por dizer que “a ausência de uma plano de vacinação é o sinal exterior mais grave de desnorte deste Governo”.

O executivo de António Costa “está numa corrida contra o tempo e que ainda não foi capaz de fazer, por falta de planeamento e de previsão, aquilo que os nossos congéneres internacionais, como a Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e a Holanda já fizeram”, afirmou.

Estes atrasos podem custar vidas, e neste momento temos que exigir ao Governo um plano credível, responsável, previsível e que dê segurança aos portugueses, porque nenhum dos países responsáveis está neste momento de braços cruzados à espera de uma decisão global por parte da Europa, só Portugal”, salientou.

Na ótica do presidente do CDS-PP, Portugal deve ser “mais célere e não repetir o absoluto fracasso daquilo que foi a vacinação para a gripe”.

Por isso, os centristas querem saber “com exatidão e com rigor qual é este plano, a previsibilidade, a segurança e as pessoas prioritárias que vão ser destinatárias das vacinas, onde os idosos naturalmente têm que figurar num primeiro lugar”.

Francisco Rodrigues dos Santos considerou que “é fundamental” perceber “o plano logístico para atribuição e administração das vacinas”, bem como identificar “os grupos alvo prioritários”, e insistiu que “os idosos têm que figurar logo no primeiro lugar”.

Estamos a menos de um mês, e o CDS exige ao Governo respostas concretas, porque um cidadão português não pode ser menos do que um cidadão alemão, francês, espanhol, inglês, e a verdade é que até agora não temos respostas: Como, quanto e quando é que vamos ter vacinas”, acrescentou.

Para o líder do CDS, será “um erro clamoroso, que corre ao arrepio de toda a literatura científica e dos conselhos que vamos ouvindo dos especialistas” se os idosos não forem incluídos nos grupos prioritários para receberem a vacina contra a covid-19.

Francisco Rodrigues dos Santos apontou igualmente que este tema é mais um exemplo de que o Governo de “não saber gerir crises”, pois “tem muita habilidade comunicacional em tempos de facilidade” mas “é péssimo na adversidade”.

Na terça-feira, em entrevista à rádio Observador, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o plano nacional de vacinação contra a covid-19 vai ser apresentado na quinta-feira e rejeitou que Portugal esteja atrasado em relação a outros países por considerar que o país está “bem a tempo”.

António Costa assegurou que Portugal começou a trabalhar neste plano praticamente desde o início da pandemia e que fez a encomenda máxima por cada lote a que tinha direito, estando o plano logístico “a ser montado e a ser trabalhado”.

Portugal contabiliza pelo menos 4.645 mortos associados à covid-19 em 303.846 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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