João Almeida: "CDS está muito pior do que estava há um ano" - TVI

João Almeida: "CDS está muito pior do que estava há um ano"

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  • 13 dez 2020, 08:34
27.º Congresso do CDS-PP

Deputado centrista, que disputou a liderança do partido no congresso de janeiro, faz um balanço negativo do trabalho da direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, considerando que não tem corrido "nada bem"

O deputado João Almeida, que disputou a liderança do CDS-PP no congresso de janeiro, fez, neste sábado, um balanço negativo do trabalho da direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, considerando que não tem corrido "nada bem".

Esta não é a minha liderança e este não é o meu caminho, não só porque não tenha sido o que apresentei, mas porque sinceramente não acredito", afirmou João Almeida numa intervenção no Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos.

O deputado, que disputou a liderança do CDS-PP no congresso de janeiro, afirmou que foi o derrotado na reunião magna, mas respeita a escolha dos democratas-cristãos, pelo que garantiu que não fará "nada para que as coisas corram mal" e "tudo para ajudar".

Acho que o partido não precisa de oposição interna, mas precisa de alternativa, e é isso que continuarei a fazer", acrescentou.

Sobre os 11 meses de mandato do presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, o antigo secretário geral defendeu que "este primeiro ano de mandato não correu nada bem" e que "o partido está muito pior do que estava há um ano".

Na sua ótica, "isso não é culpa nem da pandemia nem da falta de dinheiro", e notou também ter tido de lidar com problemas financeiros do partido quando assumiu a Secretaria-geral, em 2007.

João Almeida considerou que o confinamento decorrente da pandemia poderia ter sido uma oportunidade para "fazer uma volta das bases virtual", para aproximar "dirigentes de bases", e ainda dar formação autárquica e política.

Sobre o futuro, o deputado considerou que o CDS-PP deve recuperar o espaço e a agenda política, e que se tivesse optado por um "discurso de alternativa" e "afirmativo" sobrava menos espaço para os partidos que apareceram à sua direita

O Conselho Nacional está reunido desde cerca das 11:00 de sábado, em videoconferência, e os conselheiros estão a analisar os resultados eleitorais das eleições nos Açores - onde o CDS-PP passou a integrar o Governo - e a debater a situação política, económica e social do país.

Antes, os cerca de 200 conselheiros debruçaram-se sobre as eleições presidenciais e aprovaram a proposta da direção de apoiar a recandidatura do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Veja também:

Líder da distrital de Lisboa diz que autárquicas estão a ser conduzidas com "irresponsabilidade"

O deputado e líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, criticou a forma como estão a ser preparadas as eleições autárquicas do próximo ano.

O também vereador da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que é de "uma enorme irresponsabilidade política a forma como o processo autárquico está a ser conduzido", criticando que o partido esteja "nas mãos do calendário político do dr. Rui Rio e do PSD em relação às autárquicas".

Nós devíamos estar a fazer o nosso percurso, a fazer a nossa afirmação, a desenvolver o nosso trabalho", defendeu João Gonçalves Pereira, realçando que "o CDS tem o seu espaço de agenda", pelo que "devia definir aquilo que são as suas prioridades, fazer o seu caminho e, se for possível fazer o entendimento, tanto melhor".

O líder da distrital de Lisboa salientou também que o "parceiro natural" do CDS para coligações "efetivamente é o PSD".

Na sua intervenção, Gonçalves Pereira criticou também que seja imposta "uma espécie de lei da rolha", advogando que "faz parte, é normal" os dirigentes expressarem a sua opinião na plataforma que entenderem.

No que toca à atuação da direção, o líder da distrital de Lisboa reiterou o que já tinha dito na comunicação social, que as "coisas não estão a correr, e que a liderança está a falhar", identificando um "problema na mensagem do CDS".

"Vivemos um momento de sobrevivência" do partido, alertou ainda, ressalvando que "mais importante do que uma sondagem é a sondagem da rua".

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