“Esperamos assim, em função do novo quadro político existente no nosso país, que o senhor presidente da Parpública não conclua o atual processo de reprivatização da TAP, não procedendo à assinatura dos contratos de alienação do seu capital social”, apela a vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Ana Paula Vitorino, na carta dirigida a Pedro Ferreira Pinto.
No documento a que a Lusa teve acesso, o PS recorda a sua posição “frontalmente contra a forma como o atual processo de reprivatização tem sido desenvolvido desde o início”, reforçando que “não aceita que o Estado não mantenha uma posição de controlo”.
Na terça-feira, o consórcio Gateway, que venceu o concurso de privatização da TAP em junho, disse à TSF que "em princípio" o negócio é fechado quinta-feira e considerou não ser interessante ficar "numa situação minoritária" na transportadora.
O PS recorda que a assinatura dos contratos ocorreria “num período em que o Governo se encontra com poderes de gestão face à demissão ocorrida no dia 10 de novembro na Assembleia da República com a votação da rejeição do programa do XX Governo”.
“Consideramos assim que o processo em causa não pode ser concluído”, argumenta o grupo parlamentar do PS.
A Associação Peço a Palavra, que contesta a privatização da TAP, ameaçou hoje processar a Parpública, empresa pública que conduz o processo de privatização da TAP, se decidir fechar o negócio de venda da companhia aérea ao consórcio Gateway durante esta semana.
"Seria uma provocação [a Parpública concretizar a venda]. Deixo aqui um aviso para que fique claro que não deixaremos de responsabilizar civil e criminalmente quem na Parpública decida avançar com o negócio", afirmou o realizador António Pedro Vasconcelos da associação que tem liderado a contestação à privatização da TAP.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o grupo parlamentar do PS, o porta-voz da Associação Peço a Palavra explicou que seria de "uma enorme gravidade" a Parpública fechar a venda da TAP esta semana, uma vez que foi mandatada por um Governo que já não existe e é tutelada por um Governo chumbado.