PCP quer travar venda de ativos Espírito Santo - TVI

PCP quer travar venda de ativos Espírito Santo

ES Saúde a um passo de ser comprada pela Fidelidade

O grupo parlamentar do PCP fez hoje uma visita ao Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e voltou a defender a travagem da venda dos ativos do Grupo Espírito Santo

O grupo parlamentar do PCP voltou hoje a defender a travagem da venda dos ativos do Grupo Espírito Santo (GES), designadamente a Espírito Santo Saúde (ESS), após visitar o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

«É um dos hospitais que integram a ESS e estão colocados nesta situação que resulta da crise que se vive no GES. A resposta hospitalar que é garantida aqui é decisiva para as necessidades dos utentes. Não há razão nenhuma para ser posta em causa», afirmou o deputado comunista João Oliveira, depois de reunir com a administração de «um ativo apetecível para a exploração privada porque é muito rentável».

O PCP deseja a «reversão para o Estado das Parcerias Público-Privadas», embora esta unidade de saúde - que homenageia a primeira mulher, a médica-cirurgiã e feminista, a votar em Portugal, em 1911, por ser viúva e, logo, «cabeça de casal» – apresente já resultados positivos, segundo dados fornecidos pela administração.

«Temos vindo a alertar, de há muito tempo a esta parte, para a necessidade de travar e impedir a venda de ativos do GES, onde se integram os ativos da ESS, antes de estar apurada a situação até porque estão comprometidos 4,9 mil milhões de euros de recursos públicos», frisou o líder parlamentar do PCP.

A visita ao hospital, inaugurado em 2012, serviu como «confirmação de uma preocupação em relação ao modelo e a discordância com a solução de uma gestão que não é integralmente pública», segundo João Oliveira.

«As coisas correm com normalidade. Os nossos compromissos continuam a ser cumpridos religiosamente. Efetivamente, não se sentiram quaisquer efeitos da crise no GES aqui na sociedade que gere o hospital», afirmou o administrador-executivo do Beatriz Ângelo, Artur Vaz, embora tivesse admitido alguns «dias difíceis, em agosto».

Em causa estiveram mesmo o pagamento de salários nos dias de incerteza devido à impossibilidade de recorrer às contas bancárias sem autorização do Banco de Portugal. Uma vez integrada a ESS no recém-criado Novo Banco, tudo voltou à normalidade, contou o responsável, que também esteve encarregado na construção e entrada em funcionamento do Hospital Fernando da Fonseca, Amadora-Sintra.

Depois de um investimento de 30 milhões de euros em equipamento e um orçamento de funcionamento no primeiro ano de atividade completo de 82 milhões (2013), este hospital de Loures obteve já quatro milhões de euros de resultados operacionais positivos no ano passado, face aos 12 milhões de euros negativos de 2012, segundo dados da administração.

«O desfecho ideal é termos rapidamente uma solução acionista para nos deixarem continuar a trabalhar. A filosofia da ESS vai-se manter seja qual for o acionista», acredita Artur Vaz, referindo-se às recentes Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) sobre as várias sociedades do GES na área da saúde.
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