Pacheco Pereira diz que portugueses são «ratos de laboratório» - TVI

Pacheco Pereira diz que portugueses são «ratos de laboratório»

Pacheco Pereira

Declaração lida por Mário Soares na Aula Magna, em Lisboa

O ex-Presidente da República Mário Soares leu na quinta-feira à noite, numa conferência anti-austeridade, um texto de apoio escrito pelo social-democrata «camarada» Pacheco Pereira, em que acusou o Governo de fazer dos portugueses «ratos de laboratório».

Pacheco Pereira, ex-dirigente do PSD, foi um dos promotores da conferência «Libertar Portugal da austeridade», que encheu a Aula Magna, mas esteve ausente, razão pela qual uma síntese da sua comunicação foi lida por Mário Soares.

«Vou ler uma síntese do texto que me fez chegar o camarada Pacheco Pereira», anunciou Soares, provocando gargalhadas na plateia, onde se encontravam muitos elementos do PS, PCP e Bloco de Esquerda.

Pacheco Pereira começou por justificar o apoio à iniciativa em nome do combate à ideia da «inevitabilidade do empobrecimento» - uma ideia de que disse «matar a política e as suas escolhas, sem as quais não há democracia».

Depois, citou o fundador do Partido Popular Democrático, Francisco Sá Carneiro, dizendo que os sociais-democratas «não são a direita» e que «acima do partido e das suas circunstâncias está Portugal».

«Os parentes caem na lama é por outras coisas, é por outras cumplicidades, é por se renegar o sentido programático, constitutivo de um partido que tem a dignidade humana, o valor do trabalho e a justiça social inscritos na sua génese», defendeu o ex-dirigente do PSD.

Pacheco Pereira fez neste contexto uma crítica extensa aos últimos governos, advogando que Portugal está a sofrer «a conjugação da herança de uma governação desleixada e aventureira, arrogante e despesista, que conduziu o país à bancarrota, com a exploração dos efeitos dessa política para implementar um programa de engenharia cultural, social e política, que faz dos portugueses ratos de laboratório de meia dúzia de ideias feitas que passam por ser ideologia».

«Tudo isto associado a um desprezo por Portugal e pelos portugueses de carne e osso, que existem e que não encaixam nos paradigmas da modernidade lampeira, feita de muita ignorância e incompetência a que acresce um sentimento de impunidade feito de carreiras políticas intrapartidárias», acrescentou.
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