Costa prudente na reação à vitória do Syriza - TVI

Costa prudente na reação à vitória do Syriza

Líder do PS rejeita que resultados eleitorais na Grécia tenham impacto na campanha: "O que se discute na Grécia não é o que se discute em Portugal"

Em janeiro, quando o Syriza venceu com maioria absoluta as eleições gregas, António Costa foi assertivo: "Este é mais um sinal da mudança. É importante que outros países europeus deem força a esses resultados". Agora que o partido de Alexis Tsipras também venceu, embora sem maioria, o líder do PS é mais contido e também rejeita que os resultados eleitorais em Atenas tenham impacto em Portugal. 

"Tenho esperança que agora as coisas possam encontrar tranquilidade e que isso contribua também para virarmos a páigina da crise da zona euro. E para reforçar em todos os países da zona euro a tranquilidade e a serenidade que é necessário"


Com a caravana socialista em campanha eleitoral pelo país, o primeiro dia de arranque oficial da campanha ficou marcado pelas eleições gregas, depois de um braço de ferro com a Europa que desembocou num terceiro pedido de resgate, demissão de Tsipras e, agora, a reeleição.

No final de um comício em Seia, era inevitável a pergunta "e agora?". Terão esses resultados influência direta nas eleições em Portugal, já daqui a 15 dias?

"Não, não creio que haja nenhum circulo eleitoral de Portugal na Grécia".
 

Se PSD e CDS-PP sempre fizeram questão de separar as águas entre Portugal e a Grécia, Costa acabou por fazê-lo hoje: "O que se discute em Portugal não tem nada a ver com o que se discute na Grécia. O que se discute em Portugal é o caminho a seguir no dia 4 de outubro". 

Depois do impasse nas negociações entre Atenas e os credores desde que o Syriza subiu ao poder, desembocando no controlo de capitais no país - que ainda hoje se mantém-, o Governo português tentou sempre colar o PS ao Syriza, depois daquelas declarações de janeiro. 

No frente-a-frente das rádios entre Passos e Costa, o líder socialista admitiu que o Syriza "adotou uma estratégia errada"
na negociação europeia, mas demarcou-se. "O que confirma a prudência da posição do PS desde sempre e sobretudo desde que sou líder. Uma mudança pela via da negociação e não da confrontação, não da proclamação da via unilateral", enfatizou nesse debate, 

Hoje, Costa foi ainda questionado ainda pelas declarações do Presidente francês, o socialista François Hollande, que disse que a vitória do partido de Alexis Tsipras é uma "mensagem importante para a esquerda europeia". Respondeu que não as ouviu. "A Grécia fez o seu percurso, recusou regressar ao governo de direita e ratificou a solução social e de compromisso europeu", acrescentou. 

 
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