"Após seis meses de intensas e continuadas situações, Portugal considera insustentável o prolongamento desta situação e aguardamos, por isso, que o povo grego se pronuncie sobre esta questão"
Rui Machete aludia ao referendo que foi marcado pelo Governo de Alexis Tsipras, para o próximo dia 5 de julho. "Portugal naturalmente respeita integralmente" essa decisão "soberana".
Entretanto, a poucas horas do final do prazo para pagar ao FMI, a Grécia apresentou esta terça-feira uma nova proposta aos credores europeus. Atenas quer um novo programa de ajuda financeira por mais dois anos, mas sem o Fundo Monetário Internacional.
Perante os deputados, Machete reafirmou o discurso do primeiro-ministro e da ministra das Finanças, no sentido em que "os líderes europeus mostraram apoio ao processo" e procuraram "sempre" um acordo. No caso de Portugal, deixou uma promessa:
"Permanecemos prontos e disponíveis apra ajudar a Grécia no quadro das regras previstas para a zona euro, mantendo a solidariedade como um princípio que nunca deixaremos pôr em causa"
O ministro advertiu que a saída da moeda única "seria um fracasso para o projeto europeu e prejudicial para a confiança no euro".
"Não se esperam perturbações para a estabilidade financeira da zona euro como um todo
dispomos neste momento e no que diz respeito a Portugal, também, de instrumentos que serão postos facilmente em prática no caso de alguma turbulência que se venha a verificar", afirmou, mais uma vez em linha com as palavras de conforto dadas por Pedro Passos Coelho aos portugueses.
No entanto, o primeiro-ministro admitiu hoje uma "maior perturbação financeira" nos próximos tempos por causa da Grécia.
Voltando ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Machete manifestou a crença de que Atenas fica no euro. "É do interesse de todos estados membros que se possa alcançar uma solução que garanta, acima de tudo, a estabilização da economia e a sustentabilidade da dívida grega dentro da zona euro".