PS apela ao Governo que retome diálogo com sindicatos da TAP - TVI

PS apela ao Governo que retome diálogo com sindicatos da TAP

Greve na TAP (EPA/MARIO CRUZ)

Socialistas entendem que o executivo está «intransigente». A plataforma sindical mantém a greve entre 27 e 30 de dezembro, o que o CDS considera uma «desconsideração» pelos portugueses

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O PS apelou esta terça-feira ao Governo para que reestabeleça o diálogo com os sindicatos da TAP, abandone a sua posição de «intransigência» e evite a greve convocada para o período entre 27 e 30 deste mês.

Esta posição foi assumida pelo coordenador da bancada socialista na Comissão Parlamentar de Economia, Rui Paulo Figueiredo, numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República.

«É preciso que o Governo estabeleça condições de diálogo com a plataforma de sindicatos da TAP, que se deixe de intransigências e de preconceitos ideológicos», declarou Rui Paulo Figueiredo.

Na sequência da posição esta manhã transmitida pelo secretário de Estado Sérgio Monteiro, Rui Paulo Figueiredo concluiu que «a incapacidade para dialogar tem sido uma marca do Governo».

«O Governo é incapaz de dialogar com os partidos da oposição, é incapaz de dialogar com os sindicatos e nunca perde uma oportunidade para dinamitar o diálogo político e social, sendo intransigente e movido pelo preconceito ideológico. Pelos vistos, a proposta que o Governo fez à plataforma dos sindicatos da TAP para a criação de um grupo de trabalho era afinal uma proposta de que nada valia», sustentou o coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Economia.

De acordo com Paulo Figueiredo, «não houve qualquer eco da parte do Governo» face à proposta dos sindicatos no sentido de se suspender a greve caso ao mesmo tempo o Governo suspendesse a privatização da TAP até à conclusão do processo de diálogo em relação aos pontos apresentados [para negociações].

Ou seja, na perspetiva de Rui Paulo Figueiredo, o Governo «só quer dialogar numa postura de quero, posso e mando, e em que aquilo que apresentam os sindicatos de nada serve, o que é absolutamente lamentável».

«O PS considera que o Governo deveria rever a sua posição em relação aos sindicatos», defendeu o deputado socialista.

Rui Paulo Figueiredo salientou depois que o PS entende que o Governo «não devia privatizar a TAP», até porque «já superou largamente a meta de receitas em privatizações» prevista no memorando da troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) de maio de 2011.

Em contrapartida, o PS entende que «há outros mecanismos legais para auxiliar e capitalizar a TAP». 

«Em última análise, se tiver de existir uma alienação, mesmo assim, consideramos que o Estado em caso algum deve perder a maioria», cita a Lusa.

Neste ponto referente a uma privatização parcial, o PS tem defendido a possibilidade de uma alienação em bolsa de um máximo de 49 por cento do capital da TAP, permitindo assim que o Estado conserve o controlo da transportadora aérea nacional.

Também o BE condenou a «pressão» que o Governo está a fazer aos trabalhadores da TAP, sublinhando que os passageiros serão «bem mais prejudicados» com a privatização da empresa do que com uma greve.

«O BE condena que um governante venha pressionar os trabalhadores da TAP», afirmou a deputada do BE Mariana Aiveca, em declarações aos jornalistas no Parlamento, numa reação às declarações desta terça-feira de manhã do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.

O CDS faz outra leitura dos acontecimentos. O presidente do grupo parlamentar do CDS-PP pediu ao Governo da maioria uma «atitude firme» face à anunciada greve na TAP, considerando a paralisação «política», uma «irresponsabilidade» e uma «desconsideração» para com os portugueses.

«Consideramos, dentro daquilo que é o quadro legal e as várias hipóteses que representa, apelamos para que o Governo tenha uma atitude firme em relação a uma greve puramente política, que é uma irresponsabilidade tendo em atenção a situação da TAP e que é uma desconsideração para os portugueses», disse Nuno Magalhães, no Parlamento, como cita a Lusa.
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