«Sócrates deve explicações» - TVI

«Sócrates deve explicações»

  • Portugal Diário
  • 8 fev 2008, 17:26
José Sócrates de visita à Rússia - Foto Lusa

Guilherme Silva, deputado do PSD, defende que primeiro-ministro deve ir à Comissão da Ética

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O deputado do PSD Guilherme Silva quebrou esta sexta-feira o silêncio partidário sobre a polémica com o subsídio de exclusividade do ex-deputado José Sócrates, nos anos 90, defendendo que o primeiro-ministro deve explicações à Assembleia da República, escreve a Lusa.

Guilherme Silva afirmou que «o ideal» era o primeiro-ministro ir dar explicações à Comissão da Ética, da Assembleia da República, embora admita que o faça por escrito, dado que «há uma situação nebulosa» quanto ao subsídio de exclusividade que recebeu enquanto deputado.

«Se eu sou deputado e também tenho um escritório aberto e não entra nenhum cliente, azar o meu. Não vou é dizer à Assembleia que quero um subsídio de exclusividade», argumentou Guilherme Silva, que falou em nome pessoal, sem que tal vincule o PSD.

O jornal Público noticiou a 2 de Fevereiro que José Sócrates acumulou actividades profissionais no sector privado, entre finais de 1988 e princípios de 1992, com as funções de deputado do PS, que exercia em regime de exclusividade.

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As explicações dadas pelo actual chefe do Governo e secretário-geral do PS são, para Guilherme Silva, «insuficientes».

Na resposta ao Público, Sócrates garantiu que, após ser eleito deputado, a sua «actividade privada tornou-se, naturalmente, muito residual, resumindo-se à intervenção pontual em pequenos projectos a pedido de amigos, sem remuneração».

O primeiro-ministro adiantava que além de ter declarado todos os rendimentos - de «acerto final de contas», em 1989, após ter cessado a colaboração com a empresa Sebastião Santos Goulão - na declaração fiscal, comunicou também aos serviços da assembleia esse montante, «para que não fosse aplicado nesse ano, como não foi, o regime de dedicação exclusiva».

«O importante era dar explicações»

«A Assembleia da República tem uma Comissão da Ética, era aí que deveria dar explicações. O ideal era ir pessoalmente, mas aí a forma é o menos importante. O importante era dar explicações», afirmou à Lusa Guilherme Silva.

A 1 de Fevereiro, o Público noticiou que José Sócrates assinou, enquanto engenheiro civil, entre 1980 e 1990, projectos que não eram seus durante os anos 80, posteriormente aprovados pela Câmara da Guarda.

Sócrates desmentiu acusando o jornal de «um ataque pessoal e político» por causa dessa «pretensa notícia».

Nos dias seguintes, os partidos da oposição - PSD, CDS e Bloco de Esquerda - mantiveram silêncio sobre este caso.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu que não iria usar as notícias como «armas de arremesso» contra o primeiro-ministro.
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