Guarda: PSD denuncia acta «adulterada» - TVI

Guarda: PSD denuncia acta «adulterada»

José Sócrates

Contestada transcrição do debate sobre o relatório aos projectos de Sócrates

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Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda contestaram esta quarta-feira o teor da acta da reunião onde foi apresentado o relatório da comissão interna que analisou o licenciamento de projectos assinados por José Sócrates na década de 80, refere a Lusa.

Segundo a vereadora Ana Manso, porta-voz da oposição, a acta da reunião do dia 28 de Janeiro «não corresponde aquilo que se passou efectivamente na reunião».

«A acta não é a fiel tradutora daquilo que se passou», disse hoje a vereadora social-democrata aos jornalistas, no final da sessão onde esteve acompanhada pelo vereador João Bandurra.

Denunciou parecer-lhe, no tocante à gravação constante num CD que a Câmara forneceu aos vereadores da oposição, que «há fortes indícios de que sofreu alterações, está adulterada e não corresponde aquilo que se passou na reunião».

«Ouvimos o CD, foi traduzido para o papel e a tradução da gravação não coincide em nada com aquilo que se passou na reunião», disse.

No entender da oposição, este «é mais um episódio triste» do caso que envolve o primeiro-ministro «que tem sido tudo menos transparente».

«É um episódio que lamentamos profundamente. Pensamos que é mau para a democracia, é mau para a instituição e não devia ter acontecido», disse.

O presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente (PS), que não esteve na reunião do dia 28 de Janeiro, garantiu hoje que «todas as reuniões são gravadas».

Sobre as alegadas «falhas» de que fala o PSD, lembrou que «é preciso que as pessoas, quando falam, tenham o seu microfone activado», para que o que é dito seja gravado pelo sistema instalado num computador presente na sala de sessões da autarquia.

Para que tudo seja esclarecido, Joaquim Valente ordenou que a gravação integral da sessão seja escutada na próxima reunião camarária, a realizar de hoje a quinze dias.

Por outro lado, garantiu que tem «total confiança» nos funcionários que elaboram as actas das sessões camarárias.

«Confio totalmente nos colaboradores da Câmara que acompanham as reuniões há muitos anos. Tenho total confiança na sua capacidade e são pessoas isentas e nada fariam para prejudicar quem quer que fosse», afirmou.

Admitiu que possa ter existido falha nos microfones mas disse ter a certeza «que estará na gravação aquilo que se passou na reunião» do dia 28 de Janeiro.

«Esperamos ouvir a gravação na totalidade e verificar se essa gravação coincide com aquela que nos foi enviada através do CD e se há ou não correspondência com a acta que nos foi apresentada e com aquilo que se passou na reunião», desejou a vereadora Ana Manso.

«Vamos ver se é uma questão de gravação. Uma questão de transmissão ou intencional de baralhar tudo aquilo que se passou e confundir mais uma vez este processo», disse.

Recorde-se que os três vereadores do PSD (Ana Manso, João Bandurra e José Gomes) enviaram este mês o referido relatório para a Polícia Judiciária (PJ) e para o Ministério Público (MP) por considerarem que o documento não apresenta «conclusões satisfatórias».

A comissão interna que analisou o licenciamento dos projectos assinados por José Sócrates na década de 80 concluiu que não existiram «diferenças assinaláveis» na rapidez com que estes foram aprovados pela Câmara da Guarda.
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